Logo que retomou aos trabalhos na Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (08), o deputado José Riva (PSD), que disputou, por alguns dias, o cargo de governador de Mato Grosso, apresentou em plenário, o pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a suspeita de fraude e simulação de negócios na Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), que tem como sócio o produtor Eraí Maggi (PP) e parentes, além de funcionários do grupo Bom Futuro.
Riva afirma que a suspeita é a de que a fraude tenha gerado prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos
A denúncia contra um dos principais apoiadores políticos e financeiros do governador eleito, Pedro Taques (PDT), também será formalizada junto à Delegacia Fazendária (Defaz) e posteriormente, ao Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPE), à Receita Federal e a Polícia Federal (PF), devido à existência de denúncia por crime no setor da armazenagem.
“Sempre defendi o cooperativismo, mas de outra forma. Não como está ocorrendo, onde o Eraí pegou os seus funcionários, que são “laranjas”, arrendou a sua própria terra de forma simulada e compôs a cooperativa, que adquire produtos, exporta e importa, obtendo toda a vantagem de cooperativa. Também descobrimos que muitas vezes armazenam o produto, transportam só a nota, sem o produto ir. A cooperativa também adquire insumos em seu nome, os produtos vêm de São Paulo, e não tem o diferencial na alíquota para a cooperativa, já para as fazendas teria, isso é um rombo para o Estado. As denúncias são graves, pois quem é dono de fazenda e paga 6% de IOF, enquanto a cooperativa paga 0,38%”, afirmou o deputado.
Maior exportadora de grãos
José Riva já realizou a mesma denúncia na última semana, a diversos veículos de comunicação. O deputado declarou, com estranheza, que a Cooamat é a sétima maior exportadora de grãos do país, e movimenta anualmente mais de R$ 300 milhões, mas é desconhecida.
“Ninguém ouve falar na Cooamat. É ilegal os negócios que ela toca, onde gera prejuízo para o Estado, União e para os trabalhadores. Tem políticos que são sempre investigados, eu sou 24h por dia, então tem empresário que tem que ser também, principalmente aquele que busca de forma fraudulenta, nas suas atividades, pagar menos impostos e lucrar mais”, criticou o deputado ao se referir à Eraí Maggi, durante sessão da AL.
O social democrata afirma que Eraí Maggi faz uso da Coomar para não pagar impostos, já que os impostos para cooperativas são muito mais baixos do que para empresas comuns. A estimativa feita pelo deputado aponta que um volume de mais de R$ 500 milhões deixe de ser recolhido anualmente aos cofres públicos.
“É uma cooperativa misteriosa, que sequer possui armazéns. Além disso, a Cooamat não recebe novos cooperados e não faz negócios com não-cooperados. E a maioria dos sócios é funcionário da Bom Futuro, possuindo inclusive fazendas em seus nomes, que na verdade pertencem a Eraí”, afirma o deputado. (com assessoria)