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Comentários negativos sobre união gay viram caso de polícia em MG

“Até onde vai o respeito ao próximo? O nosso direito de ir e vir?”, questionou a pedagoga Tatiani Arcanjo de Oliveira, de 33 anos, que registrou boletim de ocorrência motivada por comentários negativos em uma rede social após o compartilhamento de notícias sobre o casamento dela com a companheira Lumara Kery Rodrigues, de 22. Elas se casaram em Miraí, na Zona da Mata, sendo o primeiro casamento gay realizado na cidade.

A repercussão da união na rede social teve vários compartilhamentos de apoio, mas os negativos fizeram Tatiani procurar a Polícia Militar (PM) na quarta-feira (24). “Esse acontecimento foi triste, é muito ruim quando nos deparamos com pessoas que se acham no direito de julgar o próximo. Qualquer outra pessoa que sofra falta de respeito deve denunciar. O respeito ao próximo é o mínimo que esperamos da humanidade”, afirmou.

Uma das pessoas compartilhou uma notícia com a frase: “Vamos orar pra Deus guardar o futuro de nossa crianças”. “Eu quase não acreditei no que estava lendo. Li também algo que me deixou satisfeita: ‘não concordo, porém respeito’. Isso sim é uma opinião consciente. Não peço que nos aceitem, porém o respeito ao ser humano é a minha índole acima de tudo”, comentou.

 O casal desconhece quem fez os comentários e representou na Polícia Civil contra cinco pessoas. Os envolvidos são das cidades de Muriaé e Juiz de Fora, na Zona da Mata, e do Rio de Janeiro, segundo Tatiani.

A assessoria da Polícia Civil informou que os suspeitos serão ouvidos por carta precatória, quando delegados de suas respectivas cidades colhem os depoimentos. O caso está sendo tratado como injúria. "Agora é esperar por justiça. Eu espero que essas pessoas aprendam de uma maneira nada bacana a respeitar o próximo e a vida alheia", disse Tatiani.

Militante há seis anos, Tatiani trabalha na Organização Gay de Muriaé, que busca promover a cidadania e a efetivação dos direitos da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais da cidade. “Luto pela causa, defendo com unhas e dentes. Sou contra todo e qualquer tipo de preconceito. Não seria eu se não fizesse o boletim. Conhecemos muitas pessoas que não entendem nossa luta, que vêm com argumentos ainda mais preconceituosos. Isso nos mostra mais uma vez que a luta não pode acabar”, destacou.

G1

Redação

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