A decisão da atriz Angelina Jolie de divulgar publicamente sua cirurgia de retirada dos seios, chamada de mastectomia preventiva, em maio de 2013, impulsionou o número de mulheres britânicas em busca de testes genéticos para saber se há risco de desenvolver câncer de mama, de acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (19) pelo periódico "Breast Cancer Research".Jolie, de 39 anos, que se tornou uma ativista pró-direitos humanos, anunciou sua cirurgia dizendo que seu teste sobre mutação do gene BRCA1 havia dado positivo, o que aumentaria significativamente suas chances de ter a doença. Ela disse querer divulgar o caso publicamente para que sua história inspirasse outras mulheres a lutar contra a doença.
Pesquisadores estudaram 21 clínicas e centros genéticos regionais e descobriram que havia 4.847 referências para o teste entre junho e julho do ano passado, ante 1.981 no mesmo período de 2012. A pesquisa, chamada Efeito Angelina, creditou à aparição da atriz com seu marido Brad Pitt por ajudar a aliviar os temores das mulheres sobre a cirurgia.
Angelina Jolie provavelmente teve um impacto maior do que outros anúncios de celebridades, possivelmente por causa de sua imagem de mulher forte e glamurosa, disse em nota o pesquisador Gareth Evans, da Genesis Breast Cancer Prevention.Isso pode ter reduzido o medo das pacientes sobre a perda de identidade sexual após a cirurgia preventiva e encorajado as mulheres que ainda não haviam buscado serviços de saúde para considerar testes genéticos.
O câncer de mama é o mais comum em mulheres em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde estimou que mais de 521 mil mulheres morreram de dessa doença em 2012.A atriz, vencedora do Oscar, nos últimos anos tem atraído quase tanta atenção por seu trabalho mundial em nome de refugiados e vítimas de violência sexual em conflitos quanto por seus papéis no cinema.Jolie foi nomeada embaixadora honorária da agência de refugiados da ONU, o Acnur, em 2001, e foi promovida a enviada especial do alto comissário da entidade, António Guterres, em 2012. Desde então ela também tem liderado uma campanha contra violência sexual em zonas de conflito.
G1