– Eu vi esse corpo dias depois que a minha irmã sumiu, quando fui aos hospitais e ao IML aleatoriamente tentar encontrá-la, mas não tinha nenhuma característica dela e estava muito incinerado. Não foi nem a polícia que nos convocou para ver, eu é que fui procurar – contou ela em entrevista ao jornal Extra.
A irmã de Jandira afirmou ainda que a familia não foi convocada para coletar material genético para exames de DNA:
– Eu e minha mãe fomos à delegacia ontem para prestar depoimento por volta das 13h, mas não colhemos material nenhum.
Maria Ângela, mãe da vítima, está debilitada, mas ainda espera encontrar a filha viva, como informa Joyce:
– Ela está deitada hoje o dia todo, muito triste, mas ainda tem esperança de encontrar Jandira viva. A esperança é a última coisa a que podemos nos prender – desabafa.
Segundo informações da assessoria da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, as investigações serão mantidas em sigilo e não tem posicionamento.
Na manhã de sexta-feira, o ex-marido da gestante, Leandro Brito Reis, estive na 35ª DP (Campo Grande), prestando novos depoimentos sobre o desaparecimento de Jandira. Ela sumiu depois de entrar em um carro, na Rodoviária de Campo Grande, que supostamente a levaria a uma clínica de aborto.
Também na sexta-feira, uma mulher apontada como suspeita de ser a motorista do carro que teria levado Jandira, prestou depoimento na 35ª DP. Jandira foi vista pela última vez após entrar no veículo, no terminal rodoviário de Campo Grande. Seu ex-marido, Leandro Reis, que a levou até o local, havia reconhecido a suposta motorista por foto, mas, ao vê-la na delegacia, disse que não era ela que dirigia o automóvel, um Gol branco cuja placa não foi identificada.
A Polícia Civil vem analisando imagens registradas por câmeras de segurança do terminal rodoviário de Campo Grande em busca de pistas que levem ao paradeiro de Jandira. Por enquanto, a principal suspeita do caso é Rosemere Aparecida Ferreira, cujo nome aparece num cartão de visitas que Jandira fotografou com seu celular, deixado em casa no dia em que desapareceu. Com quatro prisões em quatro anos por prática de aborto, ela está foragida e é acusada de integrar uma quadrilha que abriu vários centros cirúrgicos clandestinos. De acordo com uma denúncia do Ministério Público estadual, ela negociava preços para as operações e atuava como enfermeira.
No endereço que constava no cartão de visitas de Rosemere, uma casa em Bonsucesso, policiais nada encontraram. Segundo vizinhos, o imóvel está abandonado há alguns anos.
A mãe de Jandira, Maria Ângela Magdalena dos Santos, que esteve sexta-feira na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, na Barra da Tijuca. Ao sair, afirmou que estava perdendo a esperança de encontrar a filha viva.
— O delegado está se empenhando, mas o caso é um mistério. Ninguém sabe o que aconteceu — disse Maria Ângela.
O Globo