Economia

Auditores se recusam a aprovar contas do Banco Espírito Santo

 
As perdas forçaram o banco central português a agir no dia 3 de agosto com um plano de resgate de 4,9 bilhões de euros para o maior banco do país, usando fundos públicos.A KPMG, que foi contratada para fazer a auditoria dos resultados, disse em um relatório publicado junto às demonstrações financeiras do BES que estas não forneciam quaisquer ajustes e informações adicionais exigidas como resultado do resgate. A KPMG disse que isso significa que o relatório do BES não fornece mais informações adequadas sobre as operações e a posição financeira do BES.
 
A empresa de contabilidade disse que "a classificação, possibilidade de recuperação e realização dos ativos, como também de pagamentos de suas dívidas registradas nos resultados financeiros em 30 de junho são incertos". A KPMG informou também que o critério de avaliação dos ativos do BES transferidos ao Novo Banco ainda não estão claros.
 
A KPMG acrescentou que as provisões feitas pelo BES para lidar com a dívida do Grupo Espírito Santo vendida a seus clientes de varejo podem não ser suficientes e que o banco arrisca ter de fazer mais contingências, que até agora não foram especificadas.A nova administração do banco – instalada pelo banco central português em julho – disse suspeitar que ocorreram comportamentos ilegais no banco. O BC de Portugal  ordenou uma auditoria forense no BES.
 
Portugal Telecom e Oi
No dia 14 de agosto, a operadora Portugal Telecom assumiu que dificilmente recuperará os € 900 milhões investidos em títulos da holding Rioforte, pertencente ao Grupo Espírito Santo, motivo pelo qual propôs a reformulação de sua fusão com a brasileira Oi. A dívida da Rioforte colocou o BES sob forte pressão.O objetivo principal da iniciativa é amortecer o impacto que a falta de pagamento da Rioforte pode ter no projeto de ambas as empresas. Por isso, a Portugal Telecom submeterá à aprovação uma permuta com a Oi na qual a empresa portuguesa ficará com a dívida da Rioforte (€ 897 milhões) e na qual entregará uma parte das ações que tinha na Oi (16,9%) à empresa brasileira.
 
Além disso, a Portugal Telecom decidiu com a Oi que não é "viável" a fusão como tal, motivo pelo qual buscará uma forma alternativa para prosseguir a integração das duas estruturas sem haver fusão das entidades jurídicas.A Portugal Telecom e a Oi tinham anunciado em outubro de 2013 que se fundiriam para se transformar em uma das 20 maiores "gigantes" em nível mundial do setor das telecomunicações, com pelo menos 100 milhões de clientes distribuídos em quatro continentes.
 
G1

Redação

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