A taxa de desemprego teve as maiores altas de junho para julho no Recife, passando de 6,2% para 6,6% no mês seguinte, e no Rio de Janeiro, onde o índice foi de 3,2% a 3,6%. Em Belo Horizonte, o desemprego cresceu de 3,9% para 4,1% e, em São Paulo, caiu de 5,1% para 4,9%.Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram a menor taxa para o mês de julho na série histórica [que começou em março de 2002]. Não foi o que aconteceu no Recife, a única exceção, porque o menor julho para essa região ocorreu em 2011, explicou a técnica da Coordenação de Rendimento e Trabalho (Coren), Adriana Araújo Beringuy.
Segundo o IBGE, a população desocupada, que são aquelas pessoas sem trabalho, mas que buscavam uma ocupação, foi considerada estável naquelas quatro regiões metropolitanas, em relação a junho. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, a população desocupada ficou estável no Recife e em Belo Horizonte, mas caiu no Rio de Janeiro (-26,4%) e em São Paulo (-17,5%).
Também houve estabilidade na população ocupada, com carteira assinada nas regiões em que os dados foram divulgados. Na comparação anual, o contingente também não variou na maioria dos locais, registrando queda apenas em Belo Horizonte.Tiveram comportamento parecido os resultados dos números de empregados sem carteira assinada no setor privado. As quatro regiões mostraram estabilidade na comparação mensal e na anual, o indicador recuou 19,4% em São Paulo.
Salário
No Recife, o salário dos trabalhadores ficou em R$ 1.513,10. Em relação a junho, subiu 1,2%, e frente a julho de 2013, 5,0%; em Belo Horizonte, chegou a R$ 1.898,70, mostrando estabilidade no mês e queda de 2,1% no ano; no Rio de Janeiro, foi registrado o maior valor entre os locais pesquisados, R$ 2.285,60 – o aumento foi de 0,7% de junho para julho e de 8,9% frente a julho do ano passado. Em São Paulo, o rendimento mensal ficou em R$ 2.102,70, recuando 0,5% na comparação com junho, e subindo 1,6% frente ao mesmo mês de 2013.
Pnad contínua
A divulgação do segundo e terceiro trimestre de 2014 da Pnad Continua também sofreu alteração por causa da greve, que provocou atraso na coleta. A divulgação do segundo trimestre, prevista no calendário para o dia 28 de agosto, foi reprogramada para o dia 6 de novembro. E a divulgação dos dados do terceiro trimestre, prevista para o dia 6 de novembro, foi reprogramada para o dia 9 de dezembro.
A greve também alterou a divulgação das Pesquisas Estruturais. Não foram divulgadas as publicações de quatro pesquisas que ocorreriam em junho: Pesquisa Industrial – Empresa 2012; Pesquisa Industrial – Produto 2012; Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2012 – as três estão previstas para setembro -; e Pesquisa Anual de Comércio 2012 – prevista para outubro.
Como foi a greve
Os servidores do IBGE, em greve desde o dia 26 de maio, decidiram pelo fim da paralisação, em assembleias realizadas nos dias 11 e 12 de agosto. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, as cinco unidades do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, Roraima, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Distrito Federal retornariam ao trabalho na semana passada.
Durante a paralisação, que atingiu 21 Unidades Estaduais, o sindicato reivindicou que o instituto fosse tratado como órgão de Estado e não de governo. Os servidores pediram ainda autonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão.Houve unanimidade em todo o país pela realização de uma campanha de reintegração dos trabalhadores temporários que não tiveram seus contratos renovados durante a greve, com denúncia pública, apoio financeiro e jurídico da categoria.
G1