É o modelo coworking enraizando em Cuiabá, para o manejo de mais ideias num escritório conduzido pelo publicitário, cineasta, produtor cultural e marqueteiro político João Manteufel, o João Gordo, com experiência há 20 anos no mercado e agora com a agência Dona Maria, oferecendo atendimento personalizado.
A grande sacada é criar situações, ousar. Pensar as múltiplas formas de investir num determinado produto, que tem uma imagem ao vivo, que tem outra na internet, nas redes sociais, profissional e na televisão, e tudo tem que passar o mesmo objetivo. Esta ação é o que falta em Cuiabá, defende João Gordo.
Nesta butique artesanal é ele quem vai até o cliente, enxerga as dificuldades e problemas e faz a ponte entre a produção e o resultado. De praxe, o problema sempre tem que se transformar em qualidade, num modo de pensar ramificado, onde distribui melhor o investimento, o que gera muito mais resultado para a marca, do que simplesmente apenas emplacar em televisão.
Ou seja, o trabalho é personalizado conforme a exigência do produto do cliente e é onde entram os colaboradores, em sistema de parceria, segundo o perfil de cada tipo de trabalho. E o resultado é sempre garantido.
Multifacetária, artesanal, criativa e diferente, Dona Maria está no mercado há apenas um mês e meio e já mostra que arriscar em sair do padrão que hoje está inserido no mercado da propaganda e publicidade é o caminho para fixar a marca ou produto do cliente.
“Eu penso que falta revolta e ousadia na propaganda. Está tudo muito certinho, dentro da caixa, careta. Falta pensar mais em mídias alternativas, em multiplataformas, neste mercado acomodado, em que a busca dos profissionais é o retorno financeiro do que fazer um trabalho que lhe dê satisfação pessoal. Cada trabalho, de um cartão de visita a uma propaganda de TV, tem que ser considerado uma oportunidade de ser mostrar o seu talento, que garante a assinatura do profissional para ambos os lados”, sinaliza o produtor.
Por sinal, Dona Maria agrega valores de requinte e simplicidade, tal como numa alfaiataria, consegue diferenciar a publicidade, da produção de TV e cinema e a produção cultural.
Desta forma, João Gordo atende clientes como a artista plástica Capucine Picicarole e também tem projeto de um longa-metragem do irreverente e idolatrado artista plástico Clóvis Irigaray.
Dona Maria atende também a “Padaria do Moinho”, que é a novidade do momento. Já são dois anos trabalhando no produto, desde o visual e a logomarca até a sinalização interna. Até mesmo o fato de não ter uma logomarca na frente foi uma estratégia publicitária criativa.
Da mesma forma, segue com outras marcas conceituadas no mercado local, como a Luciula Calçados e a Associação Mato-grossense dos Municípios (Ampa), que é atendida também por outras duas agências. Ainda trabalha como produtora de televisão, onde João Gordo produz e dirige.
A Casa da Praça
Dona Maria está localizada na Praça da Mandioca, na “Casa da Praça”. O nome da empresa tem um porquê. É o nome da filha Maria, que nasce em novembro. “Minha família é cuiabana, minha vó tem 78 anos morando na mesma casa, na Rua 24 de Outubro, meu tio é Jonas Barros, um artista plástico superconceituado. Então eu tenho uma vertente cultural e outra cuiabana. E eu sou gaúcho (de Monte Negro, pertinho de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul), para você ver que ninguém é perfeito. Eu nasci lá por conta do trabalho do meu pai, meus pais tiveram que se mudar para lá”, contextualiza João Gordo, que tem o apoio da esposa Lilian Santana na empresa.
Sempre elogiando suas mulheres, sua última agência, Dona Lola, leva o nome da avó, como Dona Maria em homenagem à filha.
Há dois anos novamente em Cuiabá, João conta com uma bagagem profissional expressiva. Desembarcou recentemente na cidade após sete anos de imersão no Rio de Janeiro e outros quatro em Londres, onde trabalhou com propaganda.
Apaixonado pelo que faz, esta retomada para o produtor é um pagamento à terrinha de tchapa e cruz, que lhe proporcionou estudar na terceira turma de Publicidade e Propaganda numa universidade pública, a Federal de Mato Grosso (UFMT), a conquista de ser o primeiro a trabalhar com carteira assinada entre as turmas de propaganda. “Inclusive me revoltou muito quando fui dar uma palestra na “Semana da Criação”, na UFMT, e eu perguntei qual era o maior problema do curso de Propaganda, e era que no portão não passavam mais motos. E agora a gente só vê propaganda fraca e ruim”.
João Gordo critica o sistema de hoje, em que está difícil ter alguém que acredite no valor da ideia, arriscar sai muito caro. Então o melhor é simplificar. Mostrar o produto e o valor da oferta.