No entanto, agora ele conta com a possibilidade de um segundo default e por isso, cortou planos de investimento e reduziu suas metas. (Veja fotos no final do texto)"Nós tinhamos planos de lançar 11 novos produtos. Agora, vamos lançar apenas três", disse Garcia, em entrevista à agência Reuters. "Nós preferimos guardar dinheiro para manter a estrutura atual da empresa. A atitude de Garcia, de "esperar para ver", é típica de outros empresários, que preveem uma desaceleração nas vendas.
De onde vem o impasse
O impasse é resultado daquele calote no fim de 2001. Depois de dizer que não tinha como pagar ninguém, a Argentina decidiu reestruturar seus débitos: ofereceu pagar, em parcelas de até 30 anos, menos do que os títulos da dívida valiam. A maioria dos prejudicados aceitou as condições, e é uma das parcelas para este grupo que vence em 30 de julho. A Argentina fez o depósito, mas os recursos foram bloqueados pela Justiça americana.
Para destravá-los, o país teria de cumprir uma decisão judicial que ordenou o pagamento de US$ 1,33 bilhão mais juros a fundos especulativos liderados por NML e Aurelius. Eles têm em mãos papéis da dívida de uma minoria que não quis renegociar as dívidas e foram à Justiça exigir o pagamento integral. Com a nova conta, a Argentina disse que não teria dinheiro para todos. Mas, para o juiz americano Thomas Griesa, ela não pode privilegiar credores.
O problema está mais relacionado a questões jurídicas complexas do que, necessariamente, à falta de dinheiro. A situação é tão controversa que chegou ao ponto de o governo argentino alegar que queria pagar, mas não o deixavam, ao mesmo tempo em que foi acusado pelos fundos de se recusar a negociar.
O temor da presidente Cristina Kirchner é o risco de a dívida subir em mais de US$ 120 bilhões. O governo demonstra estar convencido de que qualquer novo acordo com credores ameaça todo o processo de reestruturação da dívida feita lá atrás, porque poderia provocar uma enxurrada de processos de credores exigindo o mesmo tratamento (receber todo o valor do título).
G1