Portador de marca-passo há seis anos, Raimundo Henrique relata que passou quatro anos com o primeiro marca-passo [encarregado por regular a frequência cardíaca com estímulos elétricos]. Há dois anos, substituiu por este aparelho que desde que foi implantado, segundo ele, provoca dores constantes. No último mês, o local apresentou inflamação e parte do aparelho saiu do corpo.
“Sai uma secreção. O outro marca-passo que eu tinha ninguém notava, era apenas a marca da cirurgia, mas esse, desde que foi colocado, fica esse caroço em cima do meu peito. Eu não posso mais nem trabalhar de tanta dor. Não consegui me aposentar e meu auxílio doença ainda foi cortado, procuro os responsáveis e nenhuma solução é dada”, lamenta.
A maior dificuldade enfrentada pelo idoso é para conseguir o encaminhamento pelo TFD. “Fui no médico e ele me encaminhou para o TFD. Lá, avaliaram, mas até agora nada foi feito, já estou com quase um mês nessa situação. Vou em um lugar, me mandam para outro. Não vou mais procurar ninguém, cansei, não fazem nada por mim”, desabafa.
Máquina quebrada em Rio Branco
Ao G1, o coordenador da Secretaria de Saúde, em Cruzeiro do Sul, Charles André, disse que a demora no encaminhamento se dá porque uma peça de uma máquina necessária para cirurgia está quebrada em Rio Branco. Segundo ele, caso a peça não chegue até o próximo mês na capital o idoso deve ser encaminhado para outro estado.
A reportagem procurou também a Secretaria Estadual de Saúde, na capital, e foi informada que a máquina que está quebrada é utilizada para fazer cateterismo. Por isso, todos os pacientes que necessitam do serviço estão sendo encaminhados pelo TFD para outro estado através da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC).
No caso de Raimundo Henrique, a Secretaria informa que ele havia sido encaminhado pelo TFD em Cruzeiro do Sul como sendo um caso ambulatorial, que poderia ser atendido em Rio Branco porque não haveria necessidade de utilização do encaminhamento.
Segundo a Sesacre, nesse período é que o aposentado piorou e será cadastrado na CNRAC para que encontre uma unidade em outro estado que o atenda com urgência. Segundo o órgão, o prazo para que o pedido seja aceito é de até 48h, após o envio do relatório médico informando a necessidade do procedimento fora do estado.
G1