Quem está comprando adubo neste período do ano deve gastar quase a mesma quantia que no ano anterior. De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a despesa do produtor com fertilizantes deve chegar a R$ 627,94 por hectare na safra 2014/15, contra R$ 628,09 na 2013/14.Na fazenda de Ricardo Weissheimer, no município de Jaciara, a 148 quilômetros de Cuiabá, o milho já está no ponto para ser colhido.
A colheita deve durar 30 dias e neste período a atenção do agricultor é dividida entre os trabalhos no campo e os preparativos para a próxima safra de soja. A antecipação garante economia na hora da compra dos fertilizantes. “Entrou o dinheiro da soja neste mês e fui comprar o adubo. O dólar também está baixo, então a conversão soja por adubo está boa”, afirma.
Clébio Pablo de Sousa é gerente de uma revenda de insumos em Campo Verde, no interior do estado, e explica que o produtor que conseguiu se antecipar teve um melhor resultado para o bolso. “O casamento entre o preço da soja, do adubo e do dólar favoreceu com que as negociações acontecessem de forma antecipada este ano, com um pico entre os meses de janeiro e fevereiro”.
Ainda assim, a redução do custo de produção não é o único motivo para a compra feita muito antes do começo da safra. Os produtores de Mato Grosso costumam antecipar as negociações também para diminuir o risco de atraso na entrega dos insumos. Este é o caso de Carlos Schneider, que comprou em janeiro todo adubo que irá utilizar na lavoura de soja em sua propriedade. “Nós não podemos correr o risco de deixar tudo para última hora, porque o plantio não espera para acontecer”, explica.
Para a Cooperativa Agroindustrial do Centro Oeste do Brasil (Coabra), a expectativa é que daqui para frente os adubos fiquem cada vez mais caros. “A preocupação agora vai ser principalmente a questão do abastecimento, associada à época ideal de entrega do fertilizante e à janela ideal de plantio. Além disso, existe a expectativa do aumento do preço do frete. Devemos ter muita atenção com estes três pontos daqui para frente”, diz o assessor de comercialização da cooperativa, Celso Fajardo.
G1