Política

Rachado após romper com Dilma, PTB deve confirmar apoio a Aécio

 
A cúpula do PTB alega que o motivo para o rompimento com Dilma são "rupturas" em acordos previamente costurados com o PT em palanques regionais. Segundo o presidente do PTB, Benito Gama, a legenda da presidente da República não cumpriu promessas para apoiar candidatos petebistas em quatro unidades da federação: Roraima, Piauí, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
 
A decisão do PTB é uma baixa para a campanha da presidente Dilma Rousseff, que contava com o tempo de TV do partido na propaganda eleitoral. Segundo o primeiro-secretário do PTB, Norberto Martins, a legenda deve ter entre 1 minuto e 5 segundos a 1 minuto e 10 segundos nas eleições de outubro.
 
O tempo exato ainda será definido oficialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral e é calculado conforme o tamanho da bancada na Câmara.
 
Apesar de o presidente do PTB já ter anunciado o apoio a Aécio, integrantes do antigo integrantes da base governista advertiram que pretendem manifestar na convenção nacional sua insatisfação com a decisão da cúpula. Na última quarta-feira (25), o líder do PTB na Câmara informou que sua bancada cogita apoiar informalmente a tentativa de reeleição de Dilma, independentemente do resultado da convenção.
 
Na visão de Benito Gama, mesmo que haja uma ala de dissidentes, é "pouco provável" que os cerca de 360 participantes da convenção decidam rever a aliança com o candidato tucano.
 
“Isso aí [apoio a Aécio] representa a maioria da convenção, então não se espera nenhuma mudança”, disse Gama. “Sempre há uma dissidência, mas eu penso que não tem como reverter o que decidimos”, complementou.
 
De acordo com o presidente do PTB, a bancada do partido na Câmara está dividida “meio a meio” em relação à ruptura com o PT. Já o líder da bancada petebista assegura que apenas um dos 21 deputados federais da legenda é favorável à coligação com Aécio.
 
Na hipótese de o partido confirmar o apoio à candidatura tucana, deputados do PTB afirmam que tentarão "puxar" seus votos para Dilma. A bancada se reúne na próxima quarta (2) para definir qual candidato irão apoiar na corrida pelo Palácio do Planalto.
 
Divisão no Senado
 
Na avaliação do presidente do PTB, os seis senadores do partido também estão divididos em torno da aliança para a eleição presidencial.
 
O líder do PTB na Câmara acredita que, mesmo com a insatisfação de parte dos parlamentares com a aliança com Aécio, é pequena a chance de a convenção mudar a decisão já anunciada pelo presidente do partido.
 
“A maior parte da bancada não vai participar da convenção. Quando ocorrem as convenções, geralmente já está tudo resolvido. Dificilmente, seria possível alterar o resultado”, ponderou Jovair Arantes.
 
O senador Gim Argello (PTB-DF), que era um dos apoiadores do governo Dilma, também dá como certo o apoio à candidatura de Aécio. No final de 2013, em almoço com Dilma, Gim pediu que o partido ganhasse o comando do Ministério da Integração Nacional, mas não obteve sucesso. “Não acredito que haja mudança na posição do partido na convenção nacional”, disse ao G1 o senador do Distrito Federal.
 
Convenção do PC do B
 
Além do PTB, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realiza convenção nacional nesta sexta-feira. O encontro dos comunistas será realizado em Brasília.
 
Ao contrário do PTB, os delegados do PC do B devem confirmar sem divergências o apoio à tentativa de reeleição de Dilma. A expectativa é que a presidente da República compareça, no final da tarde, à convenção de seu aliado.
 
Nesta semana, três partidos confirmaram apoio à candidatura de Dilma: PROS, PSD e PP. A convenção do PP, entretanto, terminou com militantes acusando o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira, de "vendido". Após o encontro partidário, integrantes do PP protocolaram uma ação no Tribunal Superior Eleitoral para tentar anular a convenção que confirmou a aliança com o PT.
 
G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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