A Vale poderá retomar o conceito de dívida financeira como indicador, deixando de lado a linha de dívida expandida, criada para abrigar os pagamentos de indenização relacionados aos desastres de Brumadinho e Marina.
Isso pode acontecer no fim de 2027, quando a companhia já terá feito boa parte dos desembolsos, levando as duas contas a ficar muito próximas, explicou o CFO da companhia, Marcelo Bacci.
“No fim de 2027, a diferença entre dívida financeira e expandida ficará pequena. Em algum ponto, podemos decidir voltar ao conceito tradicional”, explicou o executivo em entrevista coletiva durante o Vale Day, evento direcionado a analistas e investidores, que neste ano foi realizado em Londres.
Em relação à expectativa de que a cotação do minério de ferro fique na casa de US$ 100, a companhia se apoia no fato de que as minas estão ficando mais velhas e sua exploração está ficando mais custosa, mesmo com a entrada em operação de Simandou.
“Há uma degradação geral do sistema. As minas estão envelhecendo, ficando mais caras, e estamos vendo nossos concorrentes apresentarem teores cada vez mais baixos ano após ano”, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta. “Há uma mudança estrutural em relação a onde estávamos cinco anos atrás. Há uma depleção de cerca de 50 a 60 milhões de toneladas por ano. Nós estamos sofrendo com isso, nossos concorrentes também.”
O executivo lembrou que a Vale também está adicionando volumes, mas os preços da commodity terão impacto sobre as decisões relativas à produção. “Nós também estamos adicionando volumes. Mas, mesmo com isso, acreditamos que serão necessários preços de incentivo, dado o nível atual da estrutura de custos da indústria, para que possamos acrescentar outras 85 milhões de toneladas e equilibrar a oferta.”
*A repórter viajou a convite da Vale



