Nós achamos correto que, nas mesas de mediação, participem pessoas diretamente envolvidas [com as desavenças], as lideranças de fato. Porque temos inúmeras lideranças que, às vezes, buscam mais o confronto do que o entendimento, mais a guerra do que a pacificação. E são lideranças dos dois lados. (…) Tem liderança que quer apagar fogo com querosene, ponderou o titular da Justiça aos integrantes da Comissão de Agricultura.
Acompanhado na audiência pública pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Cardozo disse que líderes indígenas o acusam de ser pró-produtores rurais. Por outro lado, destacou, há produtores que o acusam de ser pró-indígenas.O conflito existe, está posto e estamos dispostos a solucionar. (…) O que queremos de vossas excelências é ajuda para resolver o conflito. E, se for o caso de ir à Justiça, que vá. Mas que seja em paz, não massacrando ninguém, enfatizou.
Negociação
José Eduardo Cardozo também relatou aos parlamentares que, em Faxinalzinho, o governo federal enfrentou grande dificuldade para iniciar as negociações com índios e produtores rurais. Segundo ele, ainda há líderes dos dois setores contrários ao diálogo mediado pelo Ministério da Justiça.
Na opinião de Cardozo, não é correto afirmar que o Executivo federal "se omite" em relação aos conflitos indígenas no Rio Grande do Sul. Ele alegou aos deputados da Comissão de Agricultura que cabe ao governo incentivar e mediar as negociações, para que as disputas possam ser resolvidas sem a necessidade de judicialização, que, na avaliação dele, irá prolongar ainda mais os conflitos.Eu não quero apagar o fogo com querosene, quero é resolver. (…) Nós devemos resolver os problemas e não empurrar com a barriga, disse.
G1