Metade do corpo do animal é alaranjado, como nas fêmeas da espécie e o outro, é preto com pelos esbranquiçados, típico dos machos
Pesquisadores da Universidade de Chulalongkorn, na Tailândia, identificaram recentemente uma nova espécie de aranha do gênero Damarchus, mas o que realmente surpreendeu na descoberta foi uma condição rara, encontrada em um dos animais estudados, que o faz ser metade fêmea e metade macho.
Se trata de uma anomalia chamada ginandromorfismo bilateral, quando os dois lados do corpo se desenvolvem de forma distinta, um com características masculinas e o outro, femininas.
No caso da Damarchus inazuma, como foi batizada a nova espécie de aranha, a divisão é visualmente marcante: de um lado, o corpo é alaranjado, como nas fêmeas da espécie; do outro, é preto com pelos esbranquiçados, típico dos machos.
O nome faz referência ao personagem Inazuma, do mangá “One Piece“, conhecido por alternar entre os dois sexos.
O ginandromorfismo bilateral é raro?
Sim, este é o primeiro registro de ginandromorfismo na família Bemmeridae, à qual a espécie pertence. Embora casos semelhantes já tenham sido descritos em aves, crustáceos e insetos, ainda são extremamente raros e, até hoje, nunca foram observados em mamíferos.
Metade do corpo é alaranjado, como nas fêmeas da espécie; do outro, é preto com pelos esbranquiçados, típico dos machosFoto: Divulgação/ND
Em 2021, por exemplo, um cardeal norte-americano com a mesma divisão corporal foi amplamente divulgado por pesquisadores e observadores da vida selvagem.
Como animais metade fêmea e metade macho são formados?
A causa exata do fenômeno ainda intriga os cientistas. Uma das hipóteses é que ocorra uma falha na divisão dos cromossomos sexuais durante a formação do zigoto, a primeira célula resultante da fecundação.
Isso levaria à duplicação desigual de material genético e à expressão simultânea de características dos dois sexos.
A causa exata do fenômeno ainda intriga os cientistasFoto: Divulgação/ND
Como é a nova espécie de aranha?
A nova espécie, descrita recentemente em artigo científico, também chamou atenção pelo comportamento agressivo. Os pesquisadores observaram a aranha exibir as presas e liberar pequenas gotículas em suas pontas, o que pode indicar a presença de veneno, ainda não confirmado.
Foto Capa: Divulgação/ND
Fonte: https://ndmais.com.br