O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentou hoje que o combate ao crime precisa focalizar também no desmonte dos esquemas de financiamento das organizações criminosas e, na prática, bloquear o fluxo ilegal de recursos. Ele fala em “punir” e “sufocar” o crime.
Nesta semana ele anunciou que o governo vai criar uma delegacia no âmbito da Receita Federal voltada à identificação de lavagem de dinheiro e de ocultação patrimonial, por exemplo. “O crime começa a invadir setores organizados da economia”, declarou Haddad em entrevista ao podcast “3 irmãos”.
O ministro explicou que a Receita Federal tem capacidade de processar e analisar um grande volume de informações e, com isso, consegue municiar órgãos de segurança pública. Para ele, não há como enfrentar crime organizado sem integração entre órgãos de segurança.
Foi deflagrada nesta semana uma nova ação para desmantelar um esquema de exploração de jogos de azar e comércio de combustíveis adulterados, com utilização de empresa de pagamentos para lavagem de dinheiro. Em 28 de agosto foi realizada a maior operação já deflagrada contra a infiltração do crime organizado na economia formal do Brasil, a Operação Carbono Neutro.
A ação teve como alvo empresas, corretoras e fundos de investimentos situados na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País. Haddad disse que, muitas vezes, as pessoas olham para as favelas “com um baita preconceito”, mas, conforme argumentação, o crime organizado “está espalhado” pelas camadas sociais.
