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Como funciona o presídio que abriga ursos polares considerados uma ameaça

O espaço conta com 28 celas individuais, onde os ursos polares permanecem por dias ou semanas, sem receber alimento

Gabrielle Tavares

No extremo norte do Canadá, às margens da Baía de Hudson, a pequena comunidade de Churchill precisa conviver com vizinhos pouco amigáveis: ursos polares.

Conhecida como “Capital Mundial do Urso Polar”, a cidade atrai a atenção do mundo todo por ficar na rota de passagem desses animais durante os meses mais quentes, quando o gelo marinho se desfaz e os ursos esperam em terra firme à espera da próxima temporada de caça.

Urso polarChurchill fica na rota dos ursos polares – Foto: Reprodução/ND

Esse espetáculo natural, que movimenta o turismo, também coloca em risco a população local. O contato inevitável entre moradores e ursos, predadores de até 600 quilos, exige medidas rigorosas de segurança.

Para lidar com esse desafio, Churchill desenvolveu um conjunto de estratégias inovadoras que vão desde campanhas educativas até a eliminação de atrativos alimentares. Mas o recurso que ficou mais famoso foi o “presídio de ursos polares”.

O que é o presídio de ursos polares?

Apesar do nome, a instalação não tem caráter punitivo. Trata-se de um centro de contenção temporária criado para proteger tanto os ursos quanto a população local.

Quando um animal se aventura para dentro da cidade ou ameaça a segurança de moradores, ele é capturado por meio de armadilhas seguras ou tranquilizado por especialistas.

Presídio de ursos polaresApesar do nome, o presídio de ursos polares não tem caráter punitivo – Foto: Reprodução/ND

Em vez de ser morto, como ocorre em outras regiões do Ártico, o urso é levado para o “presídio”.

O espaço conta com 28 celas individuais, projetadas para reduzir o estresse entre os animais. Lá, os ursos permanecem por dias ou semanas, sem receber alimento.

A decisão de não oferecer comida segue uma lógica biológica: evitar que os animais associem os humanos a fontes de alimentação, o que poderia aumentar os encontros perigosos no futuro.

Como funciona a estadia e o ‘habeas corpus’ da prisão de ursos?

O tempo de permanência varia conforme o caso, mas a meta é sempre devolver o urso ao ambiente natural. Quando chega o momento da soltura, o processo é cuidadosamente planejado.

Churchill, no CanadáChurchill é pioneira no programa de conservação – Foto: Reprodução/ND

Os animais são sedados, colocados em redes especiais e transportados por helicópteros para áreas remotas, longe das zonas habitadas. A operação muitas vezes se transforma em um evento local, acompanhado pelos moradores de Churchill.

Ao ser libertado, o urso volta ao seu ciclo natural de caça no gelo, sem criar dependência dos humanos.

Foto Capa: Reprodução/ND

Fonte: https://ndmais.com.br

Agência de Notícias

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