O espaço conta com 28 celas individuais, onde os ursos polares permanecem por dias ou semanas, sem receber alimento
No extremo norte do Canadá, às margens da Baía de Hudson, a pequena comunidade de Churchill precisa conviver com vizinhos pouco amigáveis: ursos polares.
Conhecida como “Capital Mundial do Urso Polar”, a cidade atrai a atenção do mundo todo por ficar na rota de passagem desses animais durante os meses mais quentes, quando o gelo marinho se desfaz e os ursos esperam em terra firme à espera da próxima temporada de caça.
Churchill fica na rota dos ursos polares – Foto: Reprodução/ND
Esse espetáculo natural, que movimenta o turismo, também coloca em risco a população local. O contato inevitável entre moradores e ursos, predadores de até 600 quilos, exige medidas rigorosas de segurança.
Para lidar com esse desafio, Churchill desenvolveu um conjunto de estratégias inovadoras que vão desde campanhas educativas até a eliminação de atrativos alimentares. Mas o recurso que ficou mais famoso foi o “presídio de ursos polares”.
O que é o presídio de ursos polares?
Apesar do nome, a instalação não tem caráter punitivo. Trata-se de um centro de contenção temporária criado para proteger tanto os ursos quanto a população local.
Quando um animal se aventura para dentro da cidade ou ameaça a segurança de moradores, ele é capturado por meio de armadilhas seguras ou tranquilizado por especialistas.
Apesar do nome, o presídio de ursos polares não tem caráter punitivo – Foto: Reprodução/ND
Em vez de ser morto, como ocorre em outras regiões do Ártico, o urso é levado para o “presídio”.
O espaço conta com 28 celas individuais, projetadas para reduzir o estresse entre os animais. Lá, os ursos permanecem por dias ou semanas, sem receber alimento.
A decisão de não oferecer comida segue uma lógica biológica: evitar que os animais associem os humanos a fontes de alimentação, o que poderia aumentar os encontros perigosos no futuro.
Como funciona a estadia e o ‘habeas corpus’ da prisão de ursos?
O tempo de permanência varia conforme o caso, mas a meta é sempre devolver o urso ao ambiente natural. Quando chega o momento da soltura, o processo é cuidadosamente planejado.
Churchill é pioneira no programa de conservação – Foto: Reprodução/ND
Os animais são sedados, colocados em redes especiais e transportados por helicópteros para áreas remotas, longe das zonas habitadas. A operação muitas vezes se transforma em um evento local, acompanhado pelos moradores de Churchill.
Ao ser libertado, o urso volta ao seu ciclo natural de caça no gelo, sem criar dependência dos humanos.
Foto Capa: Reprodução/ND
Fonte: https://ndmais.com.br