A Justiça de Mato Grosso pronunciou o advogado Luiz Eduardo de Figueiredo Rocha da Silva, ex-procurador da Assembleia Legislativa do Estado (ALMT), por homicídio duplamente qualificado. Ele é acusado de matar com um tiro na cabeça Ney Müller Alves Pereira, homem em situação de rua e portador de transtornos mentais, em abril deste ano, em Cuiabá. A decisão, proferida nesta sexta-feira (15) pela juíza Helícia Vitti Lourenço, atendeu pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Segundo a magistrada, há indícios suficientes de autoria e materialidade para que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão reconheceu as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, previstas no artigo 121 do Código Penal. A prisão preventiva do acusado foi mantida, com base na gravidade do crime e na necessidade de garantia da ordem pública.
Conforme a acusação, o crime foi motivado por vingança após o ex-procurador ter seu veículo Land Rover danificado por pedras lançadas por Ney, que estaria em surto psicótico. O promotor de Justiça Samuel Frungilo destacou que o acusado agiu com frieza e premeditação, retornando armado ao local horas depois do incidente para executar a vítima.
O assassinato ocorreu em 9 de abril de 2025. Após o carro ser atingido, Luiz Eduardo teria seguido normalmente sua rotina: jantou com a família em um restaurante, os deixou em casa e, em seguida, voltou armado à região. Ao encontrar Ney caminhando pela Avenida Edgar Vieira, teria reduzido a velocidade do carro, abaixado o vidro e disparado no rosto do homem, que morreu na hora.
A juíza ressaltou o modus operandi do acusado, marcado por desproporcionalidade e violência contra uma vítima em condição de vulnerabilidade extrema.
O caso seguirá para julgamento no Tribunal do Júri, ainda sem data definida.