O Instituto Igarapé concorre com o aplicativo de pesquisa digital para smartphones Índice Segurança da Criança (CSI), criado para mostrar a percepção de crianças e jovens sobre segurança, em áreas afetadas pela violência. A coordenadora do CSI, Renata Giannini, disse que o principal objetivo é permitir a participação de crianças na identificação de problemas de segurança. “Ele foi pensado de maneira a incluir a voz das crianças”, destacoy Renata. A iniciativa consiste a aplicação de um questionário simples, para "ter a percepção da insegurança a partir do ponto de vista delas [crianças]”. A partir daí, a ONG pretende formular um diagnóstico de determinados lugares a partir da percepção infantil e, depois, tentar influenciar a formulação de políticas públicas de defesa dessa parcela da população.
O aplicativo será testado, inicialmente, em três cidades do Brasil (Rio de Janeiro, Recife e São Paulo) e também nos Estados Unidos (Chicago, Nova York e Nova Orleans). Renata Giannini informou que, a partir dos resultados, a organização, em parceria com a Associação dos Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente (Neca), quer estender a aplicação do CSI a 50 cidades brasileiras e norte-americanas.
Os primeiros questionários são elaborados para crianças na faixa de 8 a 12 anos. A coordenadora ressaltou que os dados obtidos poderão servir de subsídio, inclusive, para a atuação da polícia, para redução da violência contra crianças. Está em estudo ampliar o aplicativo também para adolescentes e pais, adaptando-o ainda a provedores de serviços, como a própria polícia, por exemplo.
Outra ONG brasileira finalista do concurso é O Eco, com a proposta de criação de uma rede de sensores de qualidade de água, conectados a redes de telefonia móvel em cidades da Amazônia. O coordenador do Laboratório de Inovação da ONG, Gustavo Faleiros, informou que, a partir dessa tecnologia de baixo custo, colocada em boias dentro de poços e igarapés, por exemplo, nas áreas urbanas da Amazônia, podem ser obtidas informações sobre o consumo de água.
“Depois, essa informação pode ser enviada tanto via internet ou por uma rede de telefonia celular”. A rede de 85 sensores pode trazer informações para a população local sobre a potabilidade (análise para consumo) da água. “A gente sabe que a população que vive hoje nas periferias dos centros urbanos da Amazônia não possui saneamento nem tem informação sobre a água que está consumindo. O que a gente pretende fazer é entregar essa informação que não existe hoje diretamente para a população”, disse Faleiros.
As informações serão disponibilizadas também na plataforma de dados InfoAmazonia que, atualmente, reúne informações obtidas via satélite. A principal ambição da rede de sensores, segundo Gustavo Faleiros, é alertar as autoridades para uma situação de risco em relação à água, inclusive para a saúde dos habitantes. “A gente espera que isso crie uma espécie de movimento político, seja pela população diretamente afetada, ou por líderes políticos locais que identifiquem a necessidade de mais investimentos em saneamento. O nosso objetivo final é chegar ao nível de uma política pública que possa transformar essa realidade”. A ONG O Eco é ligada a projetos de difusão da informação ambiental.
Os dez projetos finalistas da premiação Desafio de Impacto Social Google no Brasil estão abertos à votação popular até o próximo dia 7. No dia 8, em São Paulo, serão eleitas as quatro organizações vencedoras, sendo três escolhidas pelos juízes do concurso e uma pelo público.
Agência Brasil