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IA corrigirá Enem ‘daqui a pouco’, diz ministro

O ministro da Educação, Camilo Santana, acredita que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em breve será corrigido por inteligência artificial. Em entrevista ontem à Rádio Eldorado, ele afirmou que “não há mais retorno” com relação às novas tecnologias. “Eu não tenho dúvida de que a tecnologia vai trabalhar isso com a maior certeza. Daqui a pouco, nós vamos conseguir corrigir a prova, vamos conseguir fazer tudo com inteligência artificial”, disse, ao ser questionado sobre a possibilidade da correção do maior exame do País.

As inscrições para o Enem terminam amanhã. As provas serão nos dias 9 e 16 de novembro. Para quem não tem isenção, a inscrição custa R$ 85.

Pela primeira vez, neste ano, alunos do 3º ano do ensino médio da rede pública estão automaticamente pré-inscritos, só precisam validar a inscrição no site do MEC. A prova também vai voltar a valer como certificação para quem ainda não concluiu o ensino médio.

Hoje, as 180 questões de múltipla escolha já são corrigidas com uso de uma tecnologia que lê o cartão resposta com o gabarito, mas as redações passam por professores avaliadores. Eles usam critérios como domínio da escrita, argumentação e compreensão da proposta para analisar os textos. A nota vai de zero a 1 mil.

Em maio, o governo de São Paulo anunciou que parte das tarefas dos alunos das escolas estaduais seria corrigida por IA, em um projeto-piloto. Segundo a Secretaria da Educação, o assistente de correção por IA compara a resposta do aluno à resolução esperada, elaborada por professores, e diz se a questão foi respondida de forma correta.

A correção por IA será usada em questões dissertativas, respondidas em um aplicativo da Secretaria da Educação. Segundo Camilo, o MEC lançará este ano um app que já usa IA para que os candidatos possam estudar para o Enem. “A ferramenta vai tirar dúvida, corrigir, (o aluno pode) fazer questionamentos. A gente precisa usar essas ferramentas, mas nós temos de ter cuidado porque a inteligência artificial precisa ser voltada para a formação cidadã.” Além disso, o MEC tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) novas diretrizes curriculares que incluam a IA. “Queremos que todo aluno tenha acesso ao computador, à internet nas escolas, às plataforma digitais, porque esse é o mundo atual e não haverá mais retorno em relação a isso”.

EAD

Sobre as novas regras para educação a distância no ensino superior, cujo decreto presidencial foi publicado em maio, Camilo disse que ainda está aberto a mudanças. O MEC tem sido cobrado por entidades sobre a razão de ter permitido que alguns cursos da área da Saúde, como Farmácia, Veterinária e Fonoaudiologia, tenham sido autorizados a oferecer parte do currículo a distância. Enquanto outros, como Medicina, Psicologia, Enfermagem e Odontologia, precisam ser 100% presenciais. “Claro que há notas técnicas mostrando qual o motivo dessas decisões. Tem também a tradição desses cursos já não serem a distância há algum tempo, então foram mantidas. Mas tenho recebido demandas das entidades de classe, e estaremos sempre abertos para fazer correções”, afirmou.

Camilo disse que o curso de Farmácia, que hoje é permitido semipresencialmente, é um dos que poderiam sofrer alterações, sem detalhar. Segundo ele, o MEC também vai “deixar mais claro” que, no caso das Licenciaturas, terão de ser garantidas 50% das aulas presenciais. O decreto deu mais flexibilidade, incluindo Licenciaturas na modalidade semipresencial – que indica que 30% devam ser presenciais e 20%, a distância, desde que no modelo síncrono (aulas ao vivo).

Estadão Conteudo

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