Cidades

Sem estrutura, Pronto Socorro de VG é visto como acampamento de guerra

 
Dois grandes gargalos foram diagnosticados no PSVG. O primeiro é o congestionamento no atendimento da porta de entrada e o segundo é a centralização de atendimento, no qual um hospital tem que atender uma população maior do que sua estrutura comporta.
 
E esse problema no atendimento na porta de entrada é possível ser percebido por qualquer pessoa que passe na porta do PS. Um dos exemplos foi o do aposentado Antônio Batista, 63 anos, que estava com hemorragia e foi transportado em uma maca sem colchonete.
 
De acordo com o filho, Valdiney Antônio de lima, o PS era o segundo lugar em que eles estavam buscando atendimento. “Meu pai começou a passar mal e já levamos para Cuiabá para ver se conseguíamos atendimento lá, mas não teve jeito e fomos encaminhados de volta para Várzea Grande. Agora eu espero que ele tenha um bom atendimento lá dentro”, conta Lima.
 
No mesmo intervalo de tempo em que o aposentado Antônio Batista foi levado para dentro do Pronto-Socorro outros pacientes chegavam ao local em busca de atendimento. Muitos dependendo totalmente dos parentes para se locomoverem, pois não havia outro tipo de suporte.
 
Foto: Mary JurunaPor causa dessa situação calamitosa, o relatório elaborado pelo CFM aponta que o atendimento no hospital é semelhante a um acampamento de guerra. E isso afeta diretamente os pacientes que têm o direito de atendimento com dignidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Mas conseguir atendimento dentro do hospital de forma inadequada é só um dos problemas. Isso porque, enquanto os casos mais graves entram, outros pacientes precisam aguardar na porta do hospital. Entre essas pessoas estava a dona de casa Silvani Oliveira, 22 anos, que esperava atendimento pediátrico para a filha de menos de um ano.
 
“Essa é a segunda vez que tento atendimento para minha filha, há umas semanas nem médico pediatra tinha. Por sorte hoje eu consegui, mas sei que a situação aqui é precária, porque muita gente reclama”, diz Silvani.
 
Por causa dessas denúncias, o Conselho Regional de Medicina pretende realizar novas vistorias no PS e entrar com nova ação pedindo melhorias por parte do Executivo e investigação por parte do Ministério Público Estadual (MPE).
 

Redação

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