Alex Roberto Queiroz Silva, caseiro do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, confessou ter matado o advogado Renato Nery, de 72 anos, em frente ao escritório da vítima, em Cuiabá, no dia 5 de julho de 2024.
O depoimento foi prestado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e confirma a linha de investigação da polícia. Alex já era apontado como autor dos disparos, versão que também bate com o relato do próprio policial, que está preso.
Segundo a Polícia Civil, o crime foi encomendado por Julinere Goulart Bastos e César Jorge Sechi, que estão presos e são investigados como mandantes. A motivação seria uma disputa por terras.
De acordo com o inquérito, Heron atuou como intermediário: conseguiu a arma e entregou ao caseiro, que usou uma moto Honda Fan para ir até o local e atirar na vítima. No dia anterior, Alex já havia feito o mesmo trajeto, nos mesmos horário e local, o que reforça a tese de premeditação.
Após o crime, o executor percorreu cerca de 30 km até uma chácara em Várzea Grande. O trajeto foi registrado por câmeras de segurança, o que ajudou a polícia a identificar os envolvidos. No dia 10 de julho, a DHPP mobilizou todo seu efetivo para buscar a moto usada no crime.
O delegado Bruno Abreu afirma que, diante da movimentação policial, os suspeitos tentaram simular um confronto, provavelmente para “desovar” a arma e tentar desviar as investigações.
Com a confissão e as provas reunidas, o caseiro e o policial foram indiciados por homicídio qualificado e seguem presos. Já o casal investigado como mandante responderá em um inquérito complementar. A mulher decidiu colaborar e prestará depoimento. O homem ficou em silêncio.
Renato Nery chegou a ser socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.