“Existe alguma coisa entre você e o Laerte?”, pergunta Virgílio, de forma bem direta. Luiza usa da mesma sinceridade e quer saber se é isso que a mãe quer saber. Virgílio confirma e diz que Helena não tem coragem de ter uma conversa franca com ela. “O medo dela é que você passe pelo que ela passou, faça a mesma trajetória que ela fez. Entende?”, afirma.
Virgílio explica que a semelhança entre elas pode estar confundindo a cabeça de Laerte. “Também acho. Fui juntando as peças. Quando ele me viu na plateia do teatro em Viena, saiu do palco assustado porque imaginou estar vendo a Helena que ele amou e perdeu. Não tenho nenhum envolvimento com ele, pai. Se eu tivesse, juro que diria a você, mas eu corro o risco, claro. Isso eu não posso negar. Ele é um homem especial. Já pensei em fugir desse risco. Viajar, ir estudar fora, me afastar… Até perceber que o perigo acabou”, diz Luiza.
Virgílio fica mal com o que acaba de ouvir, mas Luiza tenta impedir que ele se preocupe. “Eu não vou deixar, pai, que isso aconteça. Seria a morte para a mamãe, eu sei”, afirma.
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