Circuito Maçônico

A maçonaria e a Cabanagem

No dia 6 de janeiro de 1835 irrompe a revolta conhecida por Cabanagem na então Província do Pará. Algumas perguntas sobre a Cabanagem e a Maçonaria ainda estão sem respostas, v. g. os cabanos considerarem os maçons como inimigos e a perseguição a maçons e suas propriedades na época do movimento insurrecionista.

Historiadores paraenses fazem referância a esse cisma entre cabanos e maçons como Vicente Salles, Manoel Barata e Elson Monteiro, tendo esse último afirmado no seu livro “A maçonaria e a a campanha abolicionista no Pará”, que isso decorreu de um trabalho do cônego Batista Campos, como vingança por não ter sido aceito na Maçonaria e, assim, passou a propagar o ódio contra a instituição, inclusive nas missas e confessionários.

Segundo as narrativas, o ressentido cônego afirmava que a Maçonaria era “parida pelo inferno para combater a Igreja e seus ministros” e seus “tenebrosos fins” só seriam evitados se os cristãos de unissem contra ela”, afirmando que “os maçons defendiam a abolição da escravidão sem dar nenhuma garantia ao direito de propriedade”.

O paradoxo está no fato de que a cabanagem se tratava de revolução libertária e o seu principal ideólogo, o cônego Batista Campos, combatia o abolicionismo defendido pela Maçonaria, afirmando a correção do direito de propriedade sobre os escravos.

Por sua vez, o historiador Vicente Salles, em seu livro Memorial da Cabanagem, faz referência a “pedreiros livres, ou seja, maçons que se envolveram com o movimento e difundiram os ideais libertários da Revolução Francesa no Pará, considerando a ligação estreita da Maçonaria com esses ideais, conforme já demonstrado em seu histórico”.

Por fim, há quem afirme a inexistência de maiores dados a justificar a mitificação das lideranças da cabanagem e suas ações antimaçônicas, sendo assentado pelo historiador Domingos Antônio Raiol que a principal causa dos motins, no seu entendimento, persistiu, apesar da conquista da autonomia nacional, ou seja, os maus administradores enviados do Rio de Janeiro, tão ruins, na média, quanto os que vinham de Lisboa.

Com informações do site: https://www.oestadonet.com.br/noticia/5773/a-maconaria-e-a-cabanagem/

Antonio Horácio da Silva Neto

About Author

Antonio Horácio da Silva Neto é juiz de direito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e presidente da Academia Mato-grossense de Magistrados. Colaborador especial do Circuito Mato Grosso desde 2015.

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Você também pode se interessar

Circuito Maçônico

Rudyard Kipling e a Maçonaria

Rudyard Kipling nasceu no dia 30 de dezembro de 1865, em Bombaim, Índia. Educado na Inglaterra retorna a Lahore, Índia