Por Nick A. Romero H., Biólogo e educador ambiental.
Os esquilos pertencem à família Sciuridae, que inclui cerca de 286 espécies, agrupadas em três tipos principais: esquilos arbóreos, terrestres e voadores. Esses pequenos animais mamíferos destacam-se por sua agilidade, comportamento curioso e ativo, além de desempenharem um papel importante nos ecossistemas em que vivem. Um aspecto fundamental dentro desse grupo é o reprodutivo, e neste artigo da PeritoAnimal explicamos todas as informações sobre como os esquilos se reproduzem.
Tipo de reprodução dos esquilos
Os esquilos são mamíferos placentários, e sua forma reprodutiva ocorre de maneira similar à de quase todos os membros desse grupo: o desenvolvimento embrionário acontece no útero materno e é mediado por uma placenta. Esse órgão permite a transferência de nutrientes e oxigênio da mãe para o embrião, garantindo seu desenvolvimento. Dessa forma, a reprodução dos esquilos é do tipo sexual, com fertilização interna.
As fêmeas geralmente apresentam ciclos de cio sazonais, que variam de acordo com a espécie e o ambiente. O sistema de acasalamento dos esciurídeos é poliginândrico, o que significa que vários machos podem acasalar com diversas fêmeas, competindo por meio de rituais de cortejo e perseguições reprodutivas.
As fêmeas costumam selecionar seus parceiros com base em características relacionadas à habilidade e vitalidade, o que contribui para garantir a sobrevivência genética da espécie.
Como os esquilos se reproduzem?
Responder a essa pergunta é complexo, pois a forma como se reproduzem os esquilos voadores e como se reproduzem os esquilos terrestres é diferente.
Como os esquilos voadores e arbóreos se reproduzem?
O processo reprodutivo dos esquilos começa com mudanças corporais, como o crescimento dos testículos nos machos e o inchaço do órgão sexual das fêmeas. Estas podem deixar marcas químicas que os machos identificam pelo cheiro, ou os machos simplesmente iniciam a perseguição das fêmeas.
Dessa forma, começa um ritual de cortejo, no qual geralmente vários machos (até cerca de nove) perseguem uma fêmea em alta velocidade pelos galhos das árvores ou pelo chão, dependendo do caso.
De modo geral, as fêmeas permanecem bastante dispersas, o que faz com que os machos não sejam territoriais. No entanto, isso pode variar, já que algumas espécies de esquilos vivem em grupos. Nesses casos, os machos precisam defender uma parte do território para atrair uma fêmea.
Em várias espécies de esquilos, ocorrem dois picos reprodutivos ao longo do ano: um de dezembro a janeiro e outro de maio a junho. Esse padrão é observado especialmente em espécies da América do Norte.
O macho dominante, geralmente o mais veloz e ágil, se destacará entre os demais e será aceito pela fêmea. Após isso, ocorre o acasalamento. A dupla se separa, e novas perseguições começam. Assim, ocorrem múltiplos acasalamentos, tanto para as fêmeas quanto para os machos.
Como os esquilos terrestres se reproduzem?
O descrito acima está relacionado à reprodução dos esquilos voadores e arbóreos. No entanto, no caso dos esquilos terrestres, o sistema de acasalamento é diferente, pois eles hibernam durante o inverno. Logo após a hibernação, as fêmeas desse tipo de esquilo entram no cio, marcando o início da temporada reprodutiva.
No caso dos esquilos terrestres, os rituais de acasalamento são pouco conhecidos, já que ocorrem no subsolo.
Como nascem os esquilos?
Para quem se pergunta: não, os esquilos não nascem de ovos. O período de gestação dos esquilos varia entre 30 e 65 dias, dependendo da espécie. Por exemplo, as espécies menores têm períodos mais curtos em comparação às de maior porte. Durante esse tempo, o embrião se desenvolve dentro da mãe, protegido e nutrido pela placenta.
De acordo com o tipo de esquilo, as fêmeas preparam um ninho em locais como troncos ocos, galhos densos ou tocas subterrâneas, utilizando folhas, musgo e pelos para garantir o conforto e a segurança das crias.
Quando chega o momento do parto, os esquilos costumam dar à luz ninhadas de pelo menos quatro filhotes. As crias recém-nascidas nascem cegas, sem pelos e totalmente dependentes da mãe. Os pais, por sua vez, não participam do cuidado. Uma ninhada pode ser formada por filhotes de um único macho, mas geralmente vários machos podem ser pais de uma mesma ninhada, devido ao sistema reprodutivo dos esquilos.
Como são os filhotes de esquilos?
As crias de esquilos recém-nascidos pesam apenas alguns gramas e medem cerca de 3 a 5 centímetros, dependendo da espécie. Seus corpos são rosados, desprovidos de pelos, e estão vulneráveis a predadores e condições climáticas adversas.
Durante as primeiras semanas de vida, dependem exclusivamente do leite materno, rico em nutrientes essenciais para seu rápido desenvolvimento. Como mencionado anteriormente, apenas as fêmeas cuidam das crias, embora, em alguns casos, grupos de fêmeas cooperem na criação.
O crescimento inicial dos filhotes de esquilos recém-nascidos inclui:
- O surgimento gradual da pelagem;
- A abertura dos olhos;
- O desenvolvimento de suas habilidades motoras.
No caso dos esquilos voadores, essas etapas também envolvem o fortalecimento do patágio, a membrana que lhes permite planar, destacando diferenças no modo como esses esquilos se reproduzem em comparação aos terrestres.
Crescimento de um esquilo
O crescimento de um esquilo é um processo rápido, mas crucial, que dura aproximadamente 12 semanas até que as crias se tornem independentes. De forma geral, semana a semana, o crescimento e desenvolvimento de um esquilo pode ser exemplificado da seguinte maneira:
- Entre três e cinco semanas de vida: começam a desenvolver seus dentes e a explorar o ambiente próximo ao ninho.
- Com oito semanas: a maioria das crias já possui pelagem completa e é capaz de escalar árvores e procurar alimento sob a supervisão da mãe.
O crescimento e a maturidade sexual dos esquilos variam entre as espécies. Em alguns casos, as crias tornam-se independentes e deixam a mãe após 28 dias, atingindo a maturidade sexual por volta do dia 87. Outras espécies podem se desenvolver após 42 dias e alcançar a maturidade sexual apenas aos 3 anos de idade.
Durante o período de crescimento, as crias aprendem diversas estratégias com suas mães, como alimentar-se e se locomover, seja nas árvores ou no solo. No caso dos esquilos voadores, esse aprendizado inclui práticas essenciais, como planar, algo fundamental para esse grupo.
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Bibliografia
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- Martin, P. H., & Anthony, M. B. (2020). Nocturnal behavior and gliding adaptations in flying squirrels. Journal of Mammalian Behavior, 45(2), 120-134.
Foto e fonte: https://www.peritoanimal.com.br/como-e-a-reproducao-do-esquilo-25324.html