William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1564 — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi maçom? Não, não foi. O grande poeta e dramaturgo, considerado o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo trouxe algumas referências nas suas obras sobre a Arte Real, como é considerada a Maçonaria pelos seus componentes. No entanto, ele nunca foi iniciado nos mistérios maçônicos. Mas, como registrado acima, a Maçonaria fez parte de algumas obras suas, sempre com passagens referenciais. Vamos lembrar aqui bem an passant algumas delas.
Na obra Obra Coriolano, uma tragédia de 1608, Caio Márcio fica conhecido como Coriolano após vencer uma batalha contra os volcos, e dela se retira a seguinte passagem: “Coriolanus” …“Belo trabalho o vosso e o desses homens de avental, que importância dais tanto aos votos dos artífice”…
Em “Ricardo III”, o bardo se baseou na história verdadeira do rei Ricardo III da Inglaterra, retratanto a sua ascensão maquiavélica de Ricardo III e sua iminente queda, temos o seguinte trecho: “Podes, Ricardo, quando eu próprio o souber, porque juro que não sei ainda, mas, pelo que ouvi, ele crê em profecias e em sonhos, e do alfabeto escolhe a letra “G”…
Na peça de teatro “Henrique V” com drama histórico baseada na vida do rei que lhe dá nome, extrai-se o seguinte: ”O que ele constrói mais forte que um Maçom?”…
Há também a tragédia Júlio Cesar, onde retrata a conspiração contra o ditador romano, seu assassinato e suas consequências, compondo uma das diversas peças romanas que Shakespeare escreveu, com fundamento na verdadeira história romana, incluindo Coriolano e Cleópatra.
Da Obra “Júlio César” se pode retirar uma definição de Shakespeare para a diferenciação de maçons operativos e especulativos. Veja-se o trecho:
Flávio – Fala, qual é o teu ofício? Carpinteiro. Por que, senhor, um carpinteiro.
Marulo – Onde está teu avental de couro e tua régua? O que fazes com tua melhor vestimenta? Você, senhor, qual é o teu ofício? Sapateiro. Verdadeiramente, senhor, em relação a um bom trabalhador, eu sou apenas, como você diria, um sapateiro.
Marulo – Mas qual é o teu ofício? Responda-me diretamente.
Carpinteiro – Um ofício, senhor, que espero poder usar com a consciência tranquila; que é, de fato, senhor, um consertador de almas ruins.
Essas passagens servem para demonstrar que, ainda muito incipiente na sua época, pois apenas se tinha notícias da Loja Kilwinning e da Loja Mary’s Chapel no período em que o bardo inglês viveu, com alguns registros datados de 1599, desde a elaboração do segundo estatuto de William Schaw, a maçonaria já se mostrava merecedora de todo prestígio e autoridade para citação nas obras de Shakespeare.