Enquanto as obras não são executadas, cerca de R$ 102 milhões estão parados nos cofres públicos, aguardando serem sacados. O dinheiro seria destinado a 34 projetos que envolvem reforma e construção de centro de atendimento ao turista, preparação de acessibilidade em pontos de visitação e sinalização turística.
O dinheiro parado é suficiente para fazer, por exemplo, 210 centros de atendimento similares ao que está projetado para Curitiba, no valor de R$ 600 mil. Também pagaria sete sistemas de sinalização bilíngue como o projeto pelo Rio de Janeiro, com totens e banners para o visitante saber por onde está andando, orçado em R$ 18 milhões.
Como essas intervenções são consideradas rápidas, as cidades-sede da Copa do Mundo já poderiam estar se beneficiando da estrutura turística. A falta investimento na estrutura turística é uma das críticas do presidente do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), Roberto Rotter. Em evento recente, Rotter disse que isso poderia ter impacto na ocupação dos hotéis.
A verba está parada, segundo o Ministério do Turismo, porque, nesse meio tempo, as cidades não conseguiram apresentar projetos adequados ou liberar as autorizações necessárias para que as obras saiam do papel. O problema de planejamento também foi detectado em uma auditoria feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no fim de 2013.
"A demora no início da execução física das obras se refere, em suma, à ausência ou demora na apresentação de projeto de engenharia, à pendência técnica no projeto apresentado e à falta de comprovação da licença ambiental para utilizar a área", escreveu o ministro do TCU Valmir Campello, em seu relatório sobre as obras.
Embora faltem menos de quatro meses para a Copa do Mundo no Brasil e a maior parte das obras não tenha começado, o Ministério do Turismo diz que ainda há tempo para terminar todas as intervenções.
"O andamento dessas obras depende dos municípios ou estados executores. O ministério encaminhou ofícios e realizou diversas reuniões com os representantes das cidades-sedes para cobrar agilidade e auxiliá-los na resolução de eventuais dificuldades técnicas. As próximas reuniões estão previstas para o período de 24 a 28 de fevereiro", informou a pasta, por nota.
De todos os contratos, três estão em andamento: um projeto de sinalização turística em Manaus, orçado em R$ 2 milhões, obras de melhoria da acessibilidade em corredores turísticos em Fortaleza, de R$ 23 milhões, e a aquisição de quatro centros móveis de atendimento ao turista em Natal, por R$ 354 mil.
Outros oito projetos apresentaram cronograma ao Ministério do Turismo. Brasília, Foz do Iguaçu, Curitiba, Manaus, Porto Alegre, Pernambuco e Rio de Janeiro informaram à pasta data para entrega de objetos contratados com recursos do ministério.
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