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‘Quem vai devolver meu filho?’, lamenta pai de universitário morto em abordagem da PM

Os pais de Marco Aurélio Acosta cobram explicações da polícia e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a morte do universitário de 22 anos, ocorrida nesta quarta-feira, 20, em uma abordagem da Polícia Militar.

“Quero ver alguém que me dê explicações para dar conforto a toda a família. Quem vai devolver o meu filho?”, questionou Julio Cesar Acosta Navarro, pai de Marco Aurélio, em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Record.

Cardiologista, o pai afirma ter pedido à polícia informações sobre o disparo para tentar salvar o filho, mas diz que ninguém da corporação se pronunciou. Ele trabalha no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da USP, onde também atua como professor colaborador.

Ainda à emissora, a mãe de Marco Aurélio se dirigiu ao governador: “O que o senhor está fazendo para evitar mortes como a do meu filho? O que justifica esse policial ter matado o meu filho?”. Ela cobrou que Tarcísio de Freitas tenha “a decência de pedir perdão” a ela.

A mãe também afirmou que o jovem era solteiro e estava no hotel com uma moça, morava com os pais e mais dois irmãos e era “um menino bom”. Marco Aurélio estudava Medicina na Universidade Anhembi Morumbi.

Como ocorreu o disparo

Imagens da câmera de segurança de um hotel do bairro mostram o jovem correndo, seguido de um policial militar que o puxa pelo braço, empunhando a arma. Um segundo policial aparece, dando um chute no jovem, que segura seu pé e o faz desequilibrar. Em seguida, o policial de arma em punho dispara na altura do peito da vítima.

Na versão divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o jovem teria golpeado uma viatura e tentado fugir em seguida. Ainda segundo a SSP, ele teria investido contra os policiais ao ser abordado e foi ferido por um disparo. O rapaz foi levado ao Hospital Ipiranga, mas morreu nesta manhã.

A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia, e as polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte. “Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e ficarão afastados até a conclusão das investigações”, afirma a pasta.

De acordo com a SSP, as imagens registradas pelas câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De janeiro a setembro, a polícia de São Paulo matou 496 pessoas, o maior número para o período desde 2020, quando ocorreram 575 mortes.

Estadão Conteudo

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