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Força tarefa apura organização criada para saquear municípios; esquemas ocorreram em diversas prefeituras

O Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) deflagrou, nesta quinta-feira (8), a Operação Gomorra para cumprir 6 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão contra envolvidos em fraudes de licitações no município de Barão de Melgaço (113 km de Cuiabá). As investigações indicam a existência de uma organização criminosa constituída para saquear os cofres públicos em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.

O trabalho de apuração demonstrou que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais. Esposa, irmã e sobrinhos do empresário Edézio Correa, réu colaborador na ação penal relativa à operação Sodoma, foram presos nesta quinta-feira (07) por envolvimento no caso.

Conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais.

Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.

A investigação revelou ainda que o sócio oculto das empresas investigadas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.

A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.

As investigações revelaram ainda que nos últimos cinco anos, os montantes pagos às empresas chegam à quantia de R$ 1.8 bilhão, conforme a lista de contratos divulgada no Radar MT do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante a investigação, foram verificadas ainda movimentações financeiras entre as empresas envolvidas. 

Segundo o Naco, as empresas investigadas atuam em diversas segmentos, sempre com foco em fraudar a licitação e disponibilizam desde o fornecimento de combustível, locação de veículos e máquinas, fornecimento de material de construção até produtos e serviços médico-hospitalares.

Além de Edézio Correa, também são investigados Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, Roger Correa da Silva, Waldemar Gil Correa Barros, Eleide Maria Correa, Janio Correa da Silva e Karoline Quatti Moura. Desse grupo apenas Karoline Quatti não foi alvo de mandado de prisão.

Foram alvos de busca e apreensão as empresas pertencentes aos investigados e a Prefeitura de Barão de Melgaço.

Outras fases – Por se tratar de uma investigação complexa, o Naco não descarta a realização de novas fases da operação Gomorra com foco nas mais de 100 prefeituras e câmaras que possuem contratos homologados com as empresas investigadas.

João Freitas

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