No entanto, apesar do crescimento no ano todo, os dados mostram que, nos dois últimos trimestres, o país entrou em recessão (economia fraca, com pouca geração de riquezas e emprego). O quarto trimestre fechou com queda de 0,17% em relação ao trimestre anterior. O terceiro trimestre havia encerrado também com queda de 0,21% em comparação com o segundo.
Segundo a tese predominante, quando há dois trimestres seguidos de queda, fica caracterizada a chamada "recessão técnica". Apesar das quedas na segunda metade do ano, os números positivos nos dois primeiros trimestres garantiram a elevação no ano como um todo.
O resultado oficial do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado pelo IBGE, só sai no dia 27 deste mês. O IBC-Br não é considerado pelo governo nem pelo próprio BC como uma prévia real do PIB, apesar de o mercado usar isso amplamente. Os índices têm sido diferentes. Por isso não é possível afirmar com certeza que haja recessão.
Além disso, o BC não calcula os dados trimestralmente. Seus balanços são mensais. O cálculo trimestral é feito por economistas independentes.
Em relação a dezembro de 2012, houve crescimento de 0,17% em dezembro, segundo o BC.
Em novembro, o IBC-Br caiu 0,64% sobre outubro, segundo dado revisado –anteriormente o BC havia informado um recuo de 0,31%.
De acordo com o BC, a economia brasileira passou por 2013 sem conseguir mostrar recuperação forte. Um dos principais pesos foi a indústria, que encerrou o ano com alta de apenas 1,2%, após recuar 3,5% em dezembro, no pior resultado mensal em cinco anos.
O varejo também não conseguiu estimular a atividade em dezembro, quando as vendas interromperam nove meses seguidos de alta e recuaram 0,2%.
PIB do IBGE sai em 27 de fevereiro
No terceiro trimestre de 2013, o PIB encolheu 0,5% e a pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa do mercado é de que, em 2013, a expansão tenha sido de 2,24%. Para este ano a projeção é ainda pior, de crescimento de 1,90%.
O IBGE divulga os dados do quarto trimestre e de 2013 fechado no próximo dia 27.
O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) –que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada trimestre e leva a um resultado anual.
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período. (Com Reuters)
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