O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em setembro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O trimestre encerrado em setembro mostrou uma abertura de 582 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em junho. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,602 milhão de vagas com carteira foram criadas no setor privado.
O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 38,962 milhões de trabalhadores no trimestre até setembro, um recorde na série histórica iniciada em 2012.
Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 14,337 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica. O resultado significa 540 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até setembro de 2023, foram criadas 1,074 milhão de vagas sem carteira no setor privado.
O trabalho por conta própria perdeu 150 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,393 milhões de trabalhadores. O resultado representa 87 mil pessoas a menos trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O número de empregadores aumentou em 3 mil em um trimestre, para 4,298 milhões de pessoas. Em relação a setembro de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 88 mil empregadores.
O País teve uma alta de 59 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,896 milhões de pessoas. O resultado representa aumento de 82 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior.
O setor público teve 126 mil pessoas a mais no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho, para um recorde de 12,785 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até setembro de 2023, foram abertas 568 mil vagas no setor público.
Informalidade
Conforme o IBGE, o País registrou uma taxa de informalidade de 38,8% no mercado de trabalho no trimestre até setembro de 2024. Havia um recorde de 39,968 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da Pnad Contínua.
Em um trimestre, 644 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 1,199 milhão de postos de trabalho.
“Praticamente metade das vagas criadas. Há crescimento sim da ocupação, e todos contribuem para esse crescimento, seja o ramo formal seja o ramo informal”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 540 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 112 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, 38 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar e 17 mil empregadores sem CNPJ. Porém, o mercado registrou enxugamento de 63 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ.
A população ocupada atuando na informalidade cresceu 1,6% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais aumentou em 935 mil pessoas, alta de 2,4%.
Desalento
Segundo os dados da Pnad Contínua, o Brasil registrou 3,106 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro. A população desalentada desceu assim ao menor contingente registrado desde o trimestre encerrado em maio de 2016.
O País tinha 144 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho, um recuo de 4,4%. Em um ano, 397 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 11,3%.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.