Economia

Para especialista, termelétrica é onerosa e inviável

 
Segundo ele, a Pantanal, que num primeiro instante utilizou o diesel para produzir energia, já não é mais uma opção viável. Marta compara os custos de operação do empreendimento com a usina hidrelétrica no rio Manso, o principal afluente do Cuiabá. O professor pondera que, embora o nível de investimento para implantação em ambas as plantas serem similares, a produção energética por meio do gás é bem mais onerosa em relação à obtida pelas águas dos rios.
 
“Hoje a termelétrica não tem muito sentido, diferentemente da década de 1990, quando a demanda por energia era mais alta que a oferta. Sua implantação atendeu basicamente a necessidade por esse recurso e a política do governo federal da época, de privatizações”, diz ele.
 
A planta instalada na capital tem capacidade nominal de 480 MW, mais do que o dobro da usina de Manso, que pode gerar até 212 MW. No entanto, apenas nas horas de pico a termelétrica costuma ser acionada, de acordo com o pesquisador da UFMT.
 
Todo o gás natural consumido pela indústria e pelos veículos automotores do Estado chega por meio de um gasoduto de 648 km que liga a Pantanal Energia, proprietária do canal, em Cuiabá, e a Bolívia, que produz e vende o combustível fóssil à termelétrica e a outras empresas, como a MT Gás. A commoditie é uma das principais moedas políticas do país da América do Sul, que tem em seu território reservas estimadas em mais de 11,2 trilhões de pés cúbicos. A informação é da estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB). 
 
O potencial de produção da Pantanal Energia corresponde a até 60% da demanda de Mato Grosso, embora ele não seja normalmente utilizado. A hidrelétrica, que é a principal matriz do Brasil, supre até 80% do consumo nacional. Em épocas de poucas chuvas, contudo, o Governo Federal aciona outras formas de obtenção de energia, entre elas a de termelétricas.
 
José Marta cita a abundância da produção energética por meio de hidrelétricas como principal argumento para a inviabilidade do uso da matriz a gás. 
 
“Mato Grosso produz hoje o dobro de energia que consome. Exportamos esse bem. A obtenção por meio do gás demanda altos recursos”, afirma ele.
 
 

Redação

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