Em Assembleia Geral de Credores (AGC), realizada de forma online nesta terça-feira (16), o Grupo Braki teve seu Plano de Recuperação Judicial aprovado pela maioria dos seus credores. Conforme a assembleia, o grupo que entrou em recuperação judicial com dívida declarada de aproximadamente R$ 54 milhões, conseguiu redução de 80% do passivo além de dois anos de carência com alguns credores e prazo para liquidar as dívidas em 20 anos.
Na votação do Plano de Recuperação foi obtido 100% de aprovação das classes de credores trabalhistas, quirografários e de credores ME/EPP. Já na classe de credores de garantia real, representantes que correspondem a 53,06% dos créditos presentes votaram pela aprovação do plano.
A advogada Kamilla Alves Lima, do Grupo ERS, que é responsável pela recuperação do Grupo Braki, destaca que a aprovação do plano de recuperação demonstra a confiança que os credores depositam na recuperação da empresa do grupo.
“É uma empresa que nasceu com o trabalho de uma família e que há quase 30 anos contribui para o desenvolvimento da sua região, gerando emprego e renda, e que por conta de situações que podem acontecer com qualquer empresa acabaram entrando em uma crise financeira. Sem outra alternativa, recorreram à recuperação judicial, ferramenta legal e que dá a oportunidade da empresa se reerguer novamente, sem que deixe de honrar seus compromissos”, ponderou Kamilla.
Segundo dados da Serasa Experian, os agricultores de soja foram os que mais solicitaram recuperação judicial no país em 2023, ao todo 26 produtores. Em 2021 foram três em 2022 chegou a 15.
Histórico e crise
O casal Isaías e Lenira Momo abriram sua primeira loja em 1996. Anos depois, decidiram se tornar produtores e arrendaram a “3 Corações” com cerca de 200 hectares, no município de Vila Rica, e a fazenda Tubiatã, em Confresa, com cerca de 600 hectares. Em 2006 decidiram encerrar as atividades de lavoura e entregar a área arrendada.
Anos depois criaram a “Casa do Produtor” que transformou na “Braki Nutrição Animal”, cuja atividade é a produção de ração animal para região do Vale do Araguaia e Sul do Pará. Em 2020 passaram por uma grande crise o que gerou prejuízo de aproximadamente R$ 6 milhões na época.
O início da pandemia, que diminuiu drasticamente a movimentação das empresas, a alta dos insumos para produção e a alta taxa de juros contribuíram para o agravamento da crise econômico-financeira do Grupo Braki, o que levou ao pedido de recuperação judicial.