Duas plantas frigoríficas de Mato Grosso – localizadas nos municípios de Sinop e Confresa – e outras 9 de todo o Brasil passaram por auditoria do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia (Rosselkhoznadzor). O procedimento, concluído neste mês, visa aumentar a exportação de carne bovina e de ave brasileira, além de fortalecer a relação de confiança entre as autoridades sanitárias de ambos os países. Essa foi a primeira missão de inspeção realizada desde 2015.
A delegação russa passou por seis estados e pelo Distrito Federal. Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no início e no fim do roteiro, houve reuniões técnicas com representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) da pasta. Além de frigoríficos, foram visitados estabelecimentos de criação de bovinos e aves, e laboratórios oficiais, apresentando os controles sanitários de uma ponta a outra da cadeia produtiva.
Relações estreitas
As exportações brasileiras de carne bovina e carne de aves para o mercado russo, que em 2022 somaram US$ 278 milhões e representaram 15,4% da pauta brasileira, continuaram a crescer em 2023. Entre janeiro e outubro deste ano, o fluxo comercial já alcançou US$ 250 milhões, atingindo 22,2% do total das exportações brasileiras para a Rússia.
O volume poderia ser ainda maior não fosse o embargo aplicado pelos europeus à importação da carne bovina brasileira de animais com mais de 30 meses de idade provenientes do Pará entre os meses de março e abril. A medida se deu após o registro de um caso atípico e isolado de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca.
A proximidade com os russos se reflete nas relações comerciais com Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão, nações que integram a União Econômica Eurasiática (UEEA). Nos últimos cinco anos, para se ter uma ideia, esses países importaram mais de US$ 200 milhões por ano em bovinos vivos de outros fornecedores.
Em 2022, o Brasil exportou pouco mais de US$ 1,8 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, sendo os principais: soja em grãos (48%), açúcar bruto (16%), carne bovina (9%) e café verde (7%). (Com informações da assessoria)