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‘Obama talvez veja até os meus e-mails’

 
 
Com status de estrela, ele foi chamado para o núcleo principal de Under the Dome, escrita por Stephen King e com produção de Steven Spielberg, exibida às segundas-feiras, pela TNT. Na trama, ele é Big Jim, vereador de uma cidade do interior dos EUA, onde uma enorme cúpula cai, deixando a população isolada. Obcecado pelo poder, ele começa a liderar os moradores e não se importa em matar ou ameaçar quem o atrapalha. Em entrevista exclusiva ao Estado, Norris conta que o sucesso na TV lhe deu mais possibilidades na carreira e que só faz cinema se achar que o diretor tem talento.
 
Quanto tempo de intervalo você teve de uma série a outra?
 
Eu terminei Breaking Bad de madrugada, por volta das 3 h. No dia seguinte, lá pelas 18 h, eu estava no avião para ir à Carolina do Norte, onde gravamos Under the Dome. E começamos cedinho no dia seguinte.
 
Você tem medo de avião. Foi fácil essa ida de um lugar para o outro?
 
Não foi fácil. Eu precisei de uns dois bloody marys para entrar naquele voo. 
 
Ter tido sucesso em Breaking Bad levou o público a querer vê-lo em Under the Dome?
 
Acho que sim. Mas o Stephen King tem seus fãs. A razão pela qual eu aceite fazer Under the Dome foi a minha vontade de fazer algo completamente diferente de Breaking Bad. Hank era um personagem moralmente consciente. O Big Jim eu não considero um vilão. Ele está tentando fazer o que acha correto para a cidade. Acho só que os métodos dele podem ser um pouco desagradáveis. Não acha que é um cara moral, mas vai pelo coração, acredita estar fazendo a coisa certa. Ele vai tentar manter a ordem e tentar fazer as coisas funcionarem na situação de crise. Mas ele não seria o primeiro cara da história a fazer coisas ruins em nome do bem. As autoridades estão todas fora da cúpula, ele é o único líder que sobrou. As coisas podem ir mal nessas situações de crise. Acho que, às vezes, as pessoas se sentem confortáveis se têm um líder que pare o caos e tente manter a ordem.
 
Quem você deixaria passar um tempo preso no domo?
 
Eu não sei. Nem imagino. Eu sou um cara legal, não desejaria isso para ninguém. 
 
Com a divulgação de que o governo norte-americano têm acesso a tudo o que população escreve em e-mails e redes sociais, você se sente sob uma cúpula?
 
Acho que todos estamos de alguma maneira sob uma cúpula, um pouco do sucesso da série talvez se deva a isso. Cada vez mais, sentimos que temos menos privacidade. Eu não preciso mandar mensagem para o Obama, ele vê a minha conta do Twitter. E talvez os meus e-mails! (risos)
 
Há muitas séries sobrenaturais, com vampiros e zumbis. Por que o público está tão interessado em ficção científica na TV?
 
Isso acontece desde Além da Imaginação (1959), Guerra dos Mundos (1953). Acho que as pessoas estão em um momento difícil, principalmente na questão econômica. É um escapismo, as pessoas veem muito as notícias. Elas querem algo que as leve para longe dos problemas do dia a dia. 
 
Como são as cenas em que vocês tocam a cúpula?
 
Nós gravamos dentro e fora do estúdio. Às vezes, é só um pedaço de plástico. O resto é computação gráfica.
 
Hoje, as séries têm um nível de produção de cinema. Você, que já esteve em dezenas de atrações, como CSI, vê a TV como o principal mercado?
 
É incrível como a indústria muda. Os melhores talentos estão indo para a televisão. É uma história diferente que você pode contar. Outro dia, eu estava conversando com alguns roteiristas. Eles dizem que a série é como um romance e o filme é como um conto. Você pode contar uma história em 16 episódios. No cinema, são só duas horas, é quase uma piscada de olho.
 
Stephen King e Steven Spielberg vão ao set?
 
Stephen King vai bastante. Ele assiste diariamente ao que fazemos e manda comentários. Muitas vezes com críticas. Spielberg nem tanto, pois ele tem uma empresa grande para cuidar, mas fica de olho.
 
A reação dos fãs mudou quando você passou de uma série para a outra?
 
Ainda tem muitos fãs de Breaking Bad, porque a série está no ar em outros países. Alguns fãs dizem que me amavam e agora adoram me odiar em Under the Dome. 
 
A situação já é complicada sob a cúpula. Como isso vai piorar na segunda temporada?
 
Teremos mais elementos de terror do Stephen King.
 
Como você gerencia as séries com outros trabalho?
 
Eu fiquei dez meses sem parar, ao emendar as duas séries. Se não for um filme muito bom, eu não faço. Procuro diretores de qualidade. Existe a possibilidade de eu fazer dois filmes antes de voltar a gravar Under the Dome de novo, em março.
 
Como essas duas últimas séries mudaram a sua carreira?
 
Eu trabalho há muito tempo. Pela minha percepção, fui muito bem-sucedido na vida. Não sinto que saí de 0 km/h e fui para 100 km/h. Mas é claro que essas séries me deram mais oportunidades de fazer o que eu quero, de ter acesso a roteiros melhores. 
 
Aos 50 anos, é mais fácil ou mais difícil conseguir papéis?
 
Eu sempre achei que seria um ator de meia-idade. Quando comecei, com meus 25, eu não parecia jovem, já tinha cara de ter dez anos a mais. Sempre interpretei os caras de meia-idade mesmo que eu não tivesse atingido ainda. É um peso que vem com a experiência de vida. Sabia que aos 40 chegaria a minha hora. Existem atores jovens que nunca passam por uma transição. Cresci com os personagens que fiz. Eu me sinto mais seguro. Posso fazer coisas diferentes. Já interpretei muitos policiais. Agora, tenho a chance de fazer o que quero.
 
Você se autointitula o ator do alfabeto por ter interpretado agentes de diferentes siglas da polícia. O que você aprendeu sobre eles?
 
Já interpretei tantos que nem sei mais o que dizer sobre isso. Sempre que me dão um bom cheque é um bom trabalho.
 
Os policiais gostam dos seus personagens?
 
Normalmente, eles gostam de mim. Tenho alguns amigos com quem cresci que são policiais. Eu sinto pressão para que dê a eles uma interpretação adequada. 
 
Sua impressão sobre eles mudou?
 
É uma profissão difícil. Você sai de casa todos os dias sabendo que pode levar um tiro. E eles morrem. Isso deve afetar o seu cérebro. Nas práticas de tiro, isso passa pela cabeça dos policiais. Eles fazem isso por anos e talvez nunca tenham atirado. Mas um dia isso acontece e eles têm de agir e decidir rapidamente entre a vida deles ou a de outros. Às vezes, há notícias não muito boas sobre os policiais. É difícil julgá-los, pois ninguém sabe como vai reagir quando tem alguém apontando uma arma para a sua cabeça.
 
Você teve aulas de tiro para os papéis. Gosta de pegar em armas?
 
É divertido, eu sempre peço para fazer. Nas aulas, os instrutores começam mostrando as armas automáticas. Você começa com as que precisa e depois passa para as outras. Você se sente poderoso em poder acabar com uma vida. Não diria que é medo, mas eu respeito o poder que uma arma impõe, pois você pode matar alguém.
 
Tem vontade de conhecer o Brasil?
 
Claro que quero ir. Adoro a depilação das brasileiras. (risos)
 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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