Cidades

Eletrônicos invadem as escolas que tentam conter o uso dos aparelhos

 
A diretora do Colégio Alicerce, Adriana Fontes, revela que a unidade de ensino tenta, na medida do possível, evitar que os aparelhos sejam usados em excesso pelos alunos. Isto porque a direção da escola acredita que as crianças precisam interagir umas com as outras. Momentos de recreação, jogos, atividades lúdicas, rodas de conversas e feiras de conhecimento têm sido algumas das ferramentas utilizadas pelo colégio para promover essa interação entre os pequenos. 
 
A tentativa não é em vão, já que, segundo Adriana, quando é oferecida aos alunos alguma atividade recreativa, eles optam por deixar tablets e celulares de lado e aproveitam o momento de socialização. “Ao menos é o que a gente nota aqui na escola. Por isso, buscamos promover atividades artísticas, em grupo, competições, numa forma também de fazer com que as crianças aprendam as ‘regrinhas’ da convivência e desenvolvam sua autonomia”, declara a diretora. 
 
Adriana Fontes defende o contato entre os pequenos como a melhor forma de promover a socialização. - Foto: Mary Juruna Adriana pontua, no entanto, que o uso dos aparelhos não é proibido no horário do intervalo ou mesmo na entrada e saída do colégio. Segundo ela, a proibição poderia representar, inclusive, uma forma de instigar ainda mais as crianças a desafiarem as regras. 
 
A diretora ainda completa admitindo que não há como “fugir” da tecnologia e pensando nisso a escola também adota essas ferramentas como aliadas importantes no momento do ensino-aprendizagem. Segundo ela, existem meios de disciplinar o uso dos equipamentos e ao mesmo tempo utilizá-los em prol de melhores resultados na rotina escolar dos alunos. Para a profissional, cabe à escola a função de organizar o uso da tecnologia com os estudantes, mostrar a eles quais são as possibilidades e os limites.
 
“Os professores e alunos fazem o uso da internet nos laboratórios e estamos adotando o uso da tela digital para ministrar alguns conteúdos mais específicos”. Ainda assim, Adriana alega que a unidade não pretende descartar o método tradicional de dar aulas. “Acredito que dosando ambas as coisas, o aproveitamento pode ser bastante satisfatório”, afirma. 
 
Desde que não haja excessos, uso de eletrônicos é natural
 
Gradativamente, o uso de tablets e celulares entre os pequenos vem ganhando o espaço que antes era preenchido pelas horas a frente da televisão, por exemplo. A psicóloga e professora da Universidade de Cuiabá (Unic) Ilze Maria Gonçalves da Costa vê esse comportamento de forma bem natural, já que estes podem ser considerados os instrumentos da cultura na atualidade, ou seja, um dos meios mais utilizados para se estabelecer a comunicação.
 
A especialista argumenta, ainda, que este é inclusive o momento de as escolas aproveitarem as ferramentas tecnológicas para estimular o aprendizado. Segundo ela, aparelhos como os tablets, por exemplo, podem melhorar o interesse dos alunos pelos conteúdos escolares, já que desenvolvem a inteligência e a curiosidade dos alunos, fazendo também com que as aulas fiquem mais interessantes. 
 
A psicóloga Ilze da Costa diz que, se usadas sem exageros, ferramentas tecnológicas podem ser grandes aliadas do aprendizado. - Foto: Mary Juruna “As ferramentas da comunicação estão aí e nada mais natural do que elas serem aproveitadas. Aliar as ferramentas tecnológicas ao ensino é algo quase que indispensável”, defende a psicóloga. 
 
Ela adverte, no entanto, que tudo tem que ter o seu “meio termo”, haja vista que tudo em excesso acaba por ser prejudicial. “Tudo que é exagerado é preocupante. Quando os celulares passam, por exemplo, a substituir completamente o contato face a face, configura-se num comportamento nocivo”.
 
Segundo a especialista, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos. Muitas vezes, segundo Ilze, a família acha bom que a criança fique por perto, dentro de casa e acaba não percebendo os exageros. Ainda que o uso dos eletrônicos se propague cada vez mais rápido, a psicóloga lembra que nada substitui o acompanhamento e o convívio familiar, a conversa dos pais, o estar junto, a troca de experiência e que para isso ainda não existe substituição. 
 

Redação

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