Não existe ao certo consenso sobre quais itens compõem a cesta básica, a maioria das pesquisas, no entanto, costuma elencar 13 gêneros alimentícios (carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga), a fim de ‘monitorar’ os preços dos produtos considerados essenciais na alimentação humana.
Ao longo deste ano, quase que a totalidade destes itens apresentou variação negativa, contribuindo para que houvesse retração no valor pago pela cesta básica. O pão, o leite e a farinha, no entanto, tiveram altas significativas. Este último produto, por exemplo, teve aumento de 32,2%. “A farinha depende da mandioca, que é produzida pelo pequeno produtor. O que tem acontecido ultimamente é que uma boa parte das terras desses pequenos produtores está sendo comprada pelos grandes produtores de cana, soja, milho, algodão”, relata o professor, ao explicar que a consequência da redução na área plantada pelo pequeno produtor é também a redução da oferta, o que acaba gerando a elevação do preço da farinha.
Com aumento de 26,3%, o leite também é um dos produtos que apresentou elevação significativa ao longo dos últimos nove meses. Em setembro, por exemplo, o consumidor brasileiro desembolsou média de R$ 2,93 para comprar um litro do produto. Daubian assegura que, neste caso, a alta pode ser atribuída a um período de seca muito grande que atingiu boa parte dos estados produtores de leite. “Com a escassez das chuvas, o pasto não cresce, os animais se alimentam de forma irregular, produzem menos e a oferta do leite cai, aumentando seu preço”, explica o economista.
É pesquisando que se gasta menos – Em uma passada rápida por supermercador da Capital é possível observar que ainda existem diferenças de preços consideráveis em relação a um mesmo produto. Em alguns casos, itens que compõem a cesta básica (como tomate, batata e banana) podem apresentar variação de até 30% entre um estabelecimento e outro. A saída neste caso é pesquisar.
Segundo Emanuel Daubian, a população, especialmente aquelas de classe mais baixa, está bastante atenta aos preços dos produtos. “Às vezes, se leva em conta mais o preço do que a qualidade. Qualquer elevação do preço imediatamente faz com que a pessoa diminua o consumo ou substitua por outro”, revela Daubian.
Atenta, Iracema Rodrigues revela que pesquisa bastante antes de fazer a compra do mês. “Às vezes faço a compra do mês em um mercado e vou comprando ‘coisinhas picadas’ que vejo que estão mais baratas em outros. Eu analiso tudo e não compro em mercado de bairro que eu sei que é mais caro. Compro uma coisinha ali, outra aqui, mas não desvio do meu trajeto, porque senão acabo gastando mais com o combustível”, declara a aposentada.
Por fim, Daubian completa dizendo: “Hoje em dia está mais fácil economizar. Você pode pesquisar preços nos folhetos, ver o anúncio na TV e assim verifica o local que está com preço melhor”. E como bem disse a dona Iracema, só não vale procurar locais muito distantes uns dos outros, porque a economia que iria ter com as compras o consumidor acaba perdendo com o deslocamento.