Aos 82 anos, ela foi saudada pela Academia Sueca como "mestre do conto contemporâneo". "Suas histórias se desenvolvem geralmente em cidades pequenas, onde a luta por uma existência decente gera muitas vezes relações tensas e conflitos morais, ancorados nas diferenças geracionais ou de projetos de vida contraditórios", destacou a Academia Sueca.
É a primeira vez que um escritor baseado no Canadá ganha a principal honraria literária mundial –o escritor Saul Bellow nasceu no Canadá, mas se naturalizou e fez sua carreira nos Estados Unidos. Em 2012, o Nobel de Literatura foi vencido pelo romancista chinês Mo Yan.
Apesar de os ganhadores do prêmios serem tradicionalmente notificados por telefone antes do anúncio oficial, a Academia Sueca, responsável pelo prêmio, não pôde localizar Munro, segundo o Twitter oficial do prêmio Nobel. A instituição acabou deixando uma mensagem em sua secretária eletrônica.
O nome dela foi recebido com sorrisos, mas sem empolgação, na sala de imprensa da Feira do Livro de Frankfurt, onde jornalistas de vários países esperavam o anúncio do prêmio, olhando para um telão.
Munro é a primeira mulher a conquistar o prêmio desde 2009, quando ganhou a romena-alemã Hertha Müller (veja relação abaixo).
Na manhã de ontem, a bielorrussa Svetlana Alexievich despontou como principal favorita nas casas de apostas britânicas, desbancando o japonês Haruki Murakami, que pelo terceiro ano seguido lidera as listas mas não leva.
Munro aparecia em segundo lugar nos últimos dias, mas caiu para a quarta posição pouco antes de ser consagrada.
Nos últimos 30 anos, 19 dos vencedores tinham nacionalidade europeia (63%) –o índice salta para 75% se considerado só o século 21.
O inglês também é o idioma dominante, sendo a língua de 33% dos últimos 30 agraciados.
Fonte: Folha On Line