Para o criador e ex-presidente da Associação Mato-grossensedos Criadores de Ovinos e Caprinos (Ovinomat), Antônio Carlos de Souza, 2013 tem melhores expectativas para os produtores em relação aos dois últimos anos que, segundo ele, foram “retraídos”. O pecuarista aponta também algumas vantagens de criar ovelhas e cabras, destacando o pouco espaço necessário para o manejo desses animais.
“Num único hectare de terra podemos criar dez ovelhas. O tempo para abate também é reduzido, e dependendo da raça pode ser realizado já aos quatro meses de idade. Com muito trabalho realizado ao longo dos anos, conseguimos também afastar o preconceito que algumas pessoas tinham em consumir esse tipo de carne. Até uma década atrás, sete pessoas entre dez afirmavam não comer esse tipo de carne. Hoje o número caiu bastante e só uma ou duas pessoas dizem não apreciar esse tipo de produto”, diz ele.
Além da carne, ovelhas e cabras podem fornecer outros produtos para o consumo no mercado, como leite, lã e a pele, utilizada na confecção de calçados. No entanto, isso depende da demanda regional, aliada a condições de vegetação e climáticas, segundo Antônio Carlos. Em Mato Grosso, por exemplo, a produção de carne é o carro chefe e a lã acaba sendo uma alternativa com pouca viabilidade, devido ao clima tropical predominante nas regiões produtoras do Estado.
“Em Mato Grosso temos basicamente duas raças predominantes de ovinos: santa inês e dorpe, respondendo por 85% e 15% do rebanho, respectivamente. Em ambas, o foco é a produção de carne e pele, tendo em vista que são animais adaptados ao clima tropical e, por isso, são deslanados, destacando que as regiões produtores situam-se em Sorriso, Lucas do Rio Verde, Cáceres, Pontes e Lacerda, Campo Verde, Primavera do Leste, Barra do Garças, Rondonópolis e Alta Floresta”, diz ele.