De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a taxa poderá ser de até R$ 7 e será cobrada das companhias aéreas em função do número de passageiros em conexão. Porém, segundo as entidades representativas das empresas de turismo, o valor será fatalmente repassado ao passageiro e o preço das passagens pode sofrer um novo aumento.
O presidente da Fenactur (Federação Nacional de Turismo) e vice-presidente da CNTur (Confederação Nacional de Turismo), Michel Tuma, informou ao R7 que a taxa vai acabar sendo cobrada do consumidor, pois as empresas aéreas já estão enfrentando muitos problemas financeiros.
— Vão repassar esses custos para o passageiro que já paga muito caro. Por isso, o nosso repúdio a essa cobrança. Você vê diariamente as companhias reclamando dos altos custos dos combustíveis. Antigamente, eles serviam um lanche, hoje eles vendem.
Um exemplo de como as empresas do setor vêm tentando diminuir as suas despesas foi o anúncio da Gol no mês passado. A companhia informou que reduzirá em 9% a oferta de voos dentro do País para este ano em relação a 2012. A diminuição é para enfrentar principalmente o aumento nos preços de querosene de aviação, além da desvalorização do real frente ao dólar. Isso porque no primeiro trimestre, 73% de sua dívida estava na moeda norte-americana.
Ainda de acordo com Tuma, os que poderão ser mais afetados são os passageiros que acabam ficando reféns de conexão, principalmente aqueles que fazem viagens por trechos maiores.
— Não tem conexão quando, por exemplo, você faz São Paulo/Rio, Rio/Belo Horizonte, mas quando você vem do Nordeste para ir para o sul, você tem que fazer conexão.
Se realmente a taxa acabar sendo repassada para os passageiros, as passagens com troca de aeronave, que costumam normalmente ser mais baratas, podem subir um pouco de preço.
De acordo com resolução da Anac, publicada no Diário Oficial no dia 3 de junho, as taxas de conexão variam de R$ 3 a R$ 7. A maior é para os aeroportos com mais estrutura e movimentação, por exemplo, o de Congonhas, os dois do Rio de Janeiro e o aeroporto Internacional do Recife.
Já o menor valor é para aqueles localizados no interior dos estados e que recebem aeronaves de pequeno porte, como o localizado em Pato Branco, no interior do Paraná. Passageiros menores de dois anos de idade estão isentos dessa taxa.
Nos terminais que foram repassados para a iniciativa privada como o de Guarulhos (SP), a tarifa de conexão já existe desde o ano passado e custa R$ 7,16, sem que seja necessário o repasse ao consumidor.
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Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo
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