Mercado de automóveis usados se recupera da crise
Para Ricardo Laub, vice-presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Mato Grosso (Agenciauto-MT), as vantagens de se adquirir um veículo seminovo ou usado dependem do perfil do comprador. No entanto, ele aponta a depreciação do valor como o principal atrativo para obter esses veículos. Carros com menos de um ano de uso custam 1/5 a menos. Porém, ele aponta que as dificuldades de obtenção de crédito junto aos bancos restringiram-se nos últimos anos.
“Apesar de ser um grande negócio a compra do seminovo, o crédito bancário ficou muito restrito para esse tipo de negócio. Desde a crise imobiliária, que explodiu em 2008 nos Estados Unidos, as instituições financeiras começaram a negar o benefício para muitos clientes potenciais. Hoje, de cada dez propostas de financiamento enviadas por alguém que deseja ter um carro usado, apenas três são aprovadas”, afirma ele.
Mesmo sendo um mercado que o vice-presidente faz questão de frisar que “não está em crise”, além da queda do crédito em virtude da crise de 2008, as políticas públicas implementadas pelo governo federal para estimular a economia, como a redução do Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI), também contribuíram para a queda de vendas que o negócio vem enfrentando. Segundo ele, porém, é um ramo dos negócios que vem se recuperando.
“A própria propaganda do IPI menor para carros recém-saídos da fábrica foi um banho de água fria nos negócios dos modelos seminovos. Fez com que muitos consumidores perdessem o interesse na compra. Tudo isso, na minha opinião, porque o governo tinha medo de que o Produto Interno Bruto (PIB) fosse negativo”.
Com mais de 500 revendedoras espalhadas por todo o Estado, os negócios que envolvem esses tipos de veículos estão entre os que mais empregam. No total, 5 mil empregos diretos são gerados a partir deles. Na indústria e comércio que dão suporte a este nicho, outros 20 mil postos são gerados de maneira indireta. O número total, de 25 mil empregos diretos e indiretos, representa mais de 6% de toda a oferta de trabalho gerada em 2012.
Laub, no entanto, aponta que o mercado está se profissionalizando cada vez mais e que os empresários que não ficarem atentos acabarão prejudicados, podendo até perder o seu negócio.
“Batemos na tecla da regulamentação. Alguns revendedores de Mato Grosso são resistentes em agir de acordo com a lei. Isso precisa ser mudado; sem a necessária formalização da atividade, o empresário corre o risco de ficar para trás e, em último caso, perder todo o seu investimento”, analisa ele.
Por: Diego Fredericci
Fotos: Pedro Alves