A missão chinesa encerrou a visita de sete dias por Mato Grosso, ontem, com apresentação do relatório que destacou os pontos fortes e fracos e intenções ao Grupo de Trabalho do Governo. A última parte da apresentação, dedicada à mineração, contou com a presença do governador Silval Barbosa.
Silval Barbosa destacou que, desde o primeiro contato com os chineses, o governo sempre colocou que Mato Grosso deseja ser parceiro da China nos investimentos no Estado. "Nós colocamos à disposição todo apoio de infraestrutura e faremos tudo que for necessário para essa parceria", disse o governador. O primeiro contato com os chineses aconteceu em 2011. O governador lembrou que, e de lá para cá, a produção agrícola do estado aumentou mais 12 milhões de toneladas de milho e soja. "Se demorar mais três anos vai precisar construir outra ferrovia".
O vice-diretor geral do Departamento de Planejamento do CDB, Hu Dong Sheng, disse que é importante "fazer valer a superioridade relativa de cada um – China e Mato Grosso – para o desenvolvimento recíproco". Ele salientou sua confiança numa intuição. Hu Dong Sheng lembrou que Mato Grosso está localizado no oeste brasileiro. "Foi o Oeste dos Estados Unidos que cresceu primeiro e hoje o maior crescimento é no Oeste da China. Aqui é o Oeste do Brasil".
O executivo chinês disse ao governador que foram apresentados no painel final esboço de dez projetos de investimentos no estado, sendo que seis deles, dentro de suas limitações "podem começar agora. Assim que chegarmos na China vai-se analisar cada projeto detalhadamente, mas vamos esforçar para acelerar a cooperação".
O secretário de Estado de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes (Selit), Francisco Vuolo, lembrou que em 2011, um grupo de profissionais chineses da companhia China Railway Engineering Corporation (Crec) veio a Mato Grosso e participou da Rota da Integração Cuiabá-Santarém, conhecendo in loco um dos possíveis trajetos da Ferrovia Cuiabá-Santarém. "Agora nós recebemos a visita dos chineses que viabilizam os financiamentos para que o projeto saia efetivamente do papel. Os chineses querem saber como será a participação do Governo Federal, do BNDES e dos empresários mato-grossenses e vamos responder a todas essas perguntas, por meio desse grupo de trabalho", disse. A China já está em Mato Grosso, por meio da estatal State Grid que em parceria com a Copel está investindo R$ 1 bilhão na construção de um linhão de Paranaíta até Ribeirãozinho.
Eder Moraes, da Secretaria de Articulação Institucional em Brasília, disse que a construção de uma siderúrgica em Mato Grosso exigiria o investimento de R$ 1 bilhão. Segundo ele, os chineses apresentaram a solução para o transporte do minério por meio de tubulações e eles entendem que a produção de aço atenderia a demanda de crescimento da China e o próprio mercado interno. Outro ponto destacado pelo secretário Eder Moraes, e a realização de um workshop na China com participação de empresas mato-grossenses.
Fonte: Só Notícias