Plantão Policial

Sequestradora diz que bebê seria morto e órgãos doados no exterior

 
Jucione Santos Souza disse ainda que receberia uma quantia em dinheiro para concretizar o esquema de tráfico internacional de órgãos humanos. Conforme a polícia, a criança deixaria Mato Grosso no final da tarde desta sexta-feira. O bebê ficou um dia longe da família.
 
A suspeita foi presa em flagrante e será encaminhada para o presídio feminino Ana Maria do Couto May, na capital. Na Justiça, ela deverá responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado, falsificação de documentos e pela intenção de obter lucro com o envio da criança para o exterior. A soma dos crimes passa de 11 anos de reclusão. A suspeita alegou apenas estar 'arrependida'.
 
De acordo com informações repassadas pelo delegado plantonista da Central de Flagrantes da capital, Ivar Polesso, o crime foi arquitetado por um homem que é procurado pela polícia. “Há 40 dias ela foi abordada por este cidadão dizendo que ela ganharia muito dinheiro caso ela conseguisse uma criança de até cinco meses de vida”, afirmou.
 
O suspeito, segundo o delegado, teria orientado Jucione a simular que precisava de um bebê para apresentá-lo a um suposto namorado que não mais residia no Brasil apenas para continuar a ser beneficiada com o pagamento de uma pensão de R$ 30 mil. À polícia, Jucione declarou que teve 15 tentativas de sequestro frustradas, até chegar à adolescente de 15 anos que acabou tendo o bebê levado por ela.
 
Para a polícia, a suspeita também teria sido agenciada para levar o bebê sequestrado a outro estado do país, antes de a vítima seguir para o exterior. Para não levantar nenhuma suspeita durante o deslocamento, em abril deste ano, a suspeita furtou um documento emitido por uma maternidade da capital para falsificar uma certidão de nascimento.
 
O documento foi furtado, segundo a polícia, da casa de uma ex-vizinha de Jucione, que também estava grávida de uma menina. “Eu a conhecia há seis meses. Ela ficava na minha casa e até lavava as roupas da minha filha. Eu suspeitava uma intenção dela em querer ficar com a minha filha. Eu tive a certeza quando ela pegou o documento da minha menina”, declarou a dona de casa, Ariadne Priscila dos Santos.
 
Foi Ariadne quem denunciou Jucione à polícia após ver a foto dela circulando na imprensa nesta sexta-feira como a principal suspeita de ter sequestrado o bebê. Detida por uma equipe do 24º Batalhão da PM no bairro Pedra 90, a suspeita negou ter sequestrado a criança, mas acabou sendo desmentida por uma tia do bebê que reconheceu o sobrinho ainda na viatura da polícia.
 
Na residência, uma equipe de investigadores da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil localizou a certidão de documento falsa, roupas infantis, fraldas e o documento furtado da dona de casa. De acordo com o delegado Ivair Polesso, a suspeita apresentou a criança à família do marido dela como uma menina, para respaldar a certidão de nascimento falsa. “Ela disse que ganhou R$ 200 do suspeito que está sendo procurado para comprar roupas de menina para o bebê”, afirmou o delegado.
 
O marido da suspeita, Lenildo Silva, de 21 anos, disse apenas que ela apresentou o menino à família dele como uma 'filha'. Ele destacou ainda que a mulher não levantou nenhuma suspeita antes de concretizar o crime. “Ela chegou até mim como uma pessoa que queria construir uma família. Ela era simples, normal e humilde”, declarou.
 
Lenildo afirmou que a mulher queria viajar para a Bahia, onde estão três outros filhos dela que vivem com a avó. Ele chegou a fazer um empréstimo de R$ 2,5 mil e iria comprar uma passagem de ônibus para ela. A polícia diz que vai investigar se o bebê deixaria a Bahia rumo ao exterior.
Desespero
 
A adolescente de 15 anos, que é mãe do bebê que foi sequestrado afirmou ao G1 que viveu um dos piores momentos da vida. "Eu não tive descanso. Só queria ter de volta o meu bebê", disse. Ela contou que Jucione fugiu com o filho dela na tarde desta quinta-feira (30) após se conhecerem na Praça Maria Taquara, no Centro de Cuiabá, e pegarem o mesmo ônibus até o bairro Pedra 90.
A adolescente alegou que no ponto de ônibus a mulher se aproximou dela e começou a conversar. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela PM, a garota disse que Jucione atendeu a uma ligação e, na conversa com essa pessoa, falou que tinha encontrado a criança e que não se importava com o fato de ser menino, pois podia vestí-lo com roupas de menina.
 
Também teria dito que não poderia deixar de receber uma pensão no valor de R$ 30 mil. A mãe do bebê relatou que as duas desceram no mesmo ponto de ônibus quando começou a chover e elas tentaram se esconder embaixo do toldo de uma loja.
 
Jucione teria pegado a criança dos braços da adolescente e a obrigado a comprar um guarda-chuva, dando-lhe a quantia de R$ 100 para a compra. Ao voltar, a adolescente disse que não encontrou mais a mulher e o filho. À Polícia Civil, a garota contou que a mulher havia lhe oferecido R$ 5 mil para que emprestasse a criança à ela. Porém, segundo a polícia, a suposta negociação não teria sido concluída.
 
De acordo com o delegado adjunto da Divisão Anti-Sequestro, Gianmarco Paccola Capoani, a mãe do bebê deverá responder um Ato Infracional pelo descuido em relação ao filho. Ela será monitorada pelo Conselho Tutelar de Várzea Grande, na região metropolitana, e ainda vai receber acompanhamento psicológico. O órgão também ficou responsável por dar abrigo a uma filha de Jucione, uma menina de sete anos, até a localização de familiares.
 
Fonte: G1MT
 
Fotos: G1MT e reprodução

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em