O discurso foi proferido na sexta, 3, durante a conferência “Falar sem risco: pelo exercício seguro da liberdade de expressão em todos os meios de imprensa”, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na Costa Rica.
Segundo o ministro, os três jornais de circulação nacional têm ideologias mais próximas às da direita. “Agora o Brasil só tem três jornais nacionais, todos mais ou menos se alinham à direita no campo das ideias”. Barbosa não mencionou os nomes dos veículos, mas em outras ocasiões havia expressado a mesma opinião sobre Folha, Estadão e O Globo.
A ausência de negros e mulatos nas redações também foi criticada pelo presidente do STF. Ele ressaltou que cerca de 51% da população do país é composta por negros ou mulatos, mas “não brancos são muito raros nas redações, nas telas da televisão, sem mencionar a ausência nas posições de controle ou liderança nas empresas de mídia”.
Barbosa, contudo, disse não acreditar no que chamou de “democracias perfeitas”. Ele destacou os “formidáveis ganhos” na liberdade de expressão, a partir da redemocratização brasileira da promulgação da Constituição de 1988.
Críticas à imprensa durante o mensalão
No período de julgamento do mensalão – do qual Barbosa foi relator -, o ministro criticou a atuação da imprensa. Em contato com a Folha, ele lamentou que aborrecia alguns veículos brasileiros. “Há muita intolerância neste Brasil. Para alguns periódicos deste país, incomoda muito a minha presença neste tribunal”.
Fonte: Comunique-se