A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referência oficial para inflação, caiu de 5,82% para 5,73%, segundo o boletim Focus do Banco Central desta semana.
A meta oficial do governo é de 4,5%, com margem para dois pontos para cima e para baixo. O Banco Central, contudo, já admite a possibilidade de a inflação ficar acima do centro da meta tanto neste ano como no próximo.
Na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela decisão sobre os juros básicos da economia, os técnicos destacam que os reajustes de preços estão dispersos na economia, enfatizam a resistência à queda e falam em inflação se acomodando num patamar mais elevado.
O documento sinaliza com uma preparação de um ciclo de alta de juros, mas ressalva que é preciso cautela devido a incertezas de "origem externa e interna".
Desde a divulgação do comunicado sobre a reunião que manteve os juros em 7,25% na semana anterior, analistas já reforçavam as apostas de que o Banco Central poderia considerar uma elevação dos juros para mitigar riscos inflacionários.
Isso porque o comunicado, assim como a ata da reunião, trocou a expressão "estabilidade das condições por tempo prolongado" por "acompanhamento da evolução do cenário, para então definir os próximos passos da estratégia".
As projeções coletadas no boletim Focus da última semana confirmaram pela primeira vez a hipótese de um cenário de alta dos juros. Depois de mais de quatro meses estável em 7,25%, a previsão para a Selic subiu de 7,25% para 8%.
No boletim desta semana, a projeção é ainda mais pessimista. Analistas esperam agora uma mudança para 8,25%.
O ambiente de juros mais elevados deve comprometer parte do crescimento neste ano, na visão dos analistas de mercado. A expectativa agora é que o PIB avance 3%, ante os 3,1% avaliados na última semana.
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Fonte: FOLHA.COM