O projeto estava orçado em US$ 5,9 bilhões.
A mineradora anunciou a decisão após meses de negociação com o governo argentino. A empresa colocou o projeto em revisão em abril de 2012 devido a preocupações com inflação, impostos, infraestrutura e política cambial, segundo a agência Reuters.
A mineradora citou em nota que o contexto macroeconômico atual e os fundamentos econômicos do projeto não estão alinhados com o compromisso da Vale com a disciplina na alocação do capital e a criação de valor.
A mineradora, contudo, não descarta a possibilidade de retomar o projeto. "No caso de retomada do empreendimento, será dada a preferência aos atuais empregados do projeto", informou.
"A Vale continuará honrando os compromissos relativos às suas concessões e seguirá buscando soluções que melhorem os fundamentos econômicos do projeto, para então avaliar a sua retomada", afirmou a companhia no comunicado.
As obras de Rio Colorado, na província de Mendoza, estavam paradas desde o final de dezembro, de acordo com a agência Reuters.
Empresa investiu US$ 1,4 bi em 2012 no projeto
A Vale já executou 45% das obras de Rio Colorado. Somente em 2012 realizou investimentos de US$ 1,4 bilhão.
Cerca de um ano antes de a Vale anunciar a revisão de Rio Colorado, o governo da província de Mendoza, onde estão as reservas de potássio, havia suspendido o empreendimento, alegando que a mineradora não teria cumprido alguns itens contratuais, como a realização de compras locais e a contratação de trabalhadores na região. No entanto, houve um acordo em seguida para a Vale seguir adiante com o projeto, que compreende o desenvolvimento de reservas com capacidade de 4,3 milhões de toneladas de potássio por ano.
O projeto previa ainda a construção de uma ramal ferroviário de 350 km e instalações portuárias.
A meta da Vale era se tornar um dos maiores fornecedores de fertilizantes, com projetos também no Brasil, Peru e Canadá.
Rio Colorado deveria transformar a Argentina em um dos maiores exportadores de potássio, matéria-prima usada para produzir fertilizantes.
A produção seria exportada principalmente para o Brasil, uma potência do agronegócio que importa 90% das necessidades de potássio do Canadá ou Jordânia.
FONTE: PrimeiraHora | G1