Rebecca Ridley, diretora da empresa, disse à Folha que um dos motivos para o maior ingresso de mulheres como engenheiras é a competição das empresas por "talentos", o que torna a carreira mais atrativa. Outro, afirma, são as boas remunerações.
Folha – O que explica o aumento da procura de mulheres como engenheiras?
Rebecca Ridley – Como o número de mulheres que ingressam na engenharia está crescendo, também estão surgindo novos papéis que as jovens podem desempenhar dentro desse setor, o que fornece uma forte rede de suporte e apoio ao ingresso do público feminino na área.
Nos bancos universitários, isto está causando um impacto positivo sobre os tipos de assuntos que elas escolhem para estudar. Estamos assistindo a um aumento no número de mulheres jovens que estudam ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Paralelo a isso, também percebemos um aumento no número de empresas de engenharia que realizam eventos escolares apresentando a área de engenharia para os jovens e quebrando preconceitos e estereótipos.
Ou seja, a profissão está mais atrativa para as mulheres?
As mulheres jovens estão percebendo que a engenharia pode ser uma carreira extremamente gratificante, que permite a elas serem profissionais que "fazem a diferença", melhorando a expectativa que elas têm do futuro. Fora isso, também percebem que, nesta área, elas podem ser muito bem remuneradas. Além disso, outro fator que está ocasionando essa "entrada" das mulheres no mercado é a competição das empresas por talentos.
Isso porque essa competição fez com que as companhias oferecessem um diferencial ao profissional, que é o equilíbrio entre "realização profissional" e compromissos familiares. Esses ainda são fatores de grande relevância para a maioria das mulheres na hora de escolherem um emprego ou a trajetória profissional que desejam seguir.
Não há diferença de salário entre homens e mulheres para a mesma posição?
Não. Pela minha experiência posso dizer que tanto homens quanto mulheres estão ganhando salários iguais, quando trabalham nas mesmas funções. Isso porque as empresas de petróleo e gás estão procurando experiência profissional, e não mais se apegando ao gênero do profissional.
Quantas mulheres estão empregadas em empresas de petróleo?
Embora não estejam disponíveis dados que apontem o número de mulheres empregadas por empresas da área de petróleo em todo o mundo, nota-se um aumento em países como os EUA, que geralmente atuam como formadores de opinião para o resto do mundo. De acordo com dados do relatório de 2013 do Estado americano da indústria petrolífera de energia, em 2004, cerca de 48.900 mulheres trabalhavam nos campos de petróleo e gás natural na América, número que cresceu 60% em apenas sete anos, totalizando 78.400 mulheres.
Quais empresas empregam mais, proporcionalmente?
Por questões contratuais, não somos autorizados a passar este tipo de informação.
Quais as regiões do mundo, as mulheres têm maior presença na indústria do petróleo? O que explica as diferenças?
O Reino Unido e a Europa, assim como os EUA estão entre as regiões que têm feito um esforço concentrado para atrair mais mulheres para a indústria de petróleo e gás. Como resultado, há mais mulheres trabalhando no setor nessas regiões.
Fonte: FOLHA.COM