Economia

Soja: mercado fecha semana perdendo mais de 30 pontos nesta 6ª

O mercado fechou o dia perdendo mais de 30 pontos nos principais vencimentos. Para Glauco Monte, analista da FC Stone, os dois principais focos do mercado para ese relatório foram os números de oferta e demanda para a safra norte-americana e a produção da América do Sul.

Os estoques finais de soja dos EUA foram reduzidos de 3,67 para 3,4 milhões de toneladas em função, principalmente, de um ligeiro aumento registrado no esmagamento no país. Por outro lado, o USDA aumentou suas estimativas para a safra brasileira de soja, de 82,5 para 83,5 milhões de toneladas, e na Argentina, reduziu de 54 para 53 milhões de toneladas.
 
"Existia uma grande expectativa a respeito das projeções para a América do Sul, alguns imaginavam que os números viriam menores do que os do relatório passado, e na verdade, veio igual, com o recuo da Argentina e o aumento no Brasil", afirma Monte.
 
Entretanto, apesar destes dados, para Monte esse comportamento do mercado não foi baseado somente no USDA. Diante dos números, os investidores aproveitaram o momento para intensificar suas realizações de lucros após uma semana em que os preços registraram boas altas frente às adversidades climáticas na América do Sul. "Daqui para frente, porém, o mercado deverá se manter mais focado no desenvolvimento e na entrada das safras do Brasil e da Argentina e nas exportações norte-americanas", diz.
 
Tendência de Alta – Apesar das expressivas baixas registradas no pregão desta sexta-feira, a tendência do mercado ainda é positiva diante de fundamentos de oferta e demanda muito positivos atuando nos negócios. Para o consultor de mercado Liones Severo, os dados do departamento norte-americano ainda não exibem a real situação de aperto dos estoques mundiais de soja. Dessa forma, o USDA pode controlar uma alta mais expressiva dos preços e impedir o intenso ritmo em que caminham as exportações dos Estados Unidos.
 
Ainda segundo Severo, até o final de agosto o mercado verá a confirmação dos estoques mundiais em patamares historicamente baixos, antes da entrada da nova safra norte-americana, cenário que poderia levar as cotações a atingirem níveis recordes. O consultor afirma que o atual patamar de US$ 14 por bushel é um piso para o mercado "extremamente altista de março".

Os fundamentos que devem concretizar essa tendência altista para os preços, de acordo com o consultor, deverão ser o atraso na colheita da soja no Mato Grosso, bem como a queda de qualidade dos grãos colhidos no estado em função das chuvas excessivas, e a logística complicando o embarque da produção recém colhida no Brasil, além, das previsões climáticas para a nova safra dos Estados Unidos, que já começam a ser analisadas.

Fonte: PrimeiraHora | Notícias Agrícolas

Redação

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