Ajudado pela alta de 1,89% nas ações da OGX na Bovespa na quinta-feira (7), o brasileiro reconquistou US$ 247,5 milhões em um dia e voltou ao top 100 na 97ª posição, com fortuna estimada em US$ 11 bilhões.
Sozinha, a petrolífera responde por um terço (US$ 3,6 bilhões) da fortuna de Eike.
O brasileiro é presidente-executivo da holding EBX, grupo que controla seis empresas de logística e commodities com capital aberto na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX), além de outros negócios.
Como a atualização do ranking é diária e Eike tem 74% dos seus bilhões atrelados às companhias listadas na Bovespa (veja tabela abaixo), ele pode voltar a sair do ranking caso ocorra uma queda expressiva nas ações das empresas.
Ele está a US$ 200 milhões do último da lista, Oleg Deripaska, empresário russo que tem uma fortuna avaliada em US$ 10,8 bilhões. Na quarta, Eike ocupava a 93ª posição, com US$ 11,4 bilhões.
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Fortuna | Valor | Porcentagem |
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OGX (petróleo e gás) | US$ 3,6 bilhões | 33% |
MMX (mineração) | US$ 1,54 bilhões | 14% |
MPX (energia elétrica) | US$ 1,5 bilhões | 14% |
OSX (construção naval) | US$ 760 milhões | 7% |
LLX (logística) | US$ 530 milhões | 5% |
CCX (exploração de carvão) | US$ 180 milhões | 2% |
Dinheiro e outros investimentos | US$ 1,43 bilhões | 13% |
AUX (exploração de ouro) * | US$ 1,19 bilhões | 11% |
Outros | US$ 280 milhões | 3% |
Total | US$ 11 bilhões | 100% |
* Não tem capital aberto em Bolsa
Há quase dois anos, quando era o 7º do ranking segundo a Bloomberg e a revista americana "Forbes" –que é atualizada anualmente–, Eike Batista disse que se tornaria o homem mais rico do mundo.
Mas o brasileiro foi o bilionário que mais perdeu dinheiro em 2012 e viu sua fortuna diminuir US$ 10,1 bilhões. Em 2013, foi mais US$ 1,4 bilhão (já incluido o ganho de US$ 247,5 milhões de ontem).
Procurado, o grupo EBX informou que Eike não se pronunciaria sobre o ranking da Bloomberg.
VALOR DE MERCADO
A queda de Eike reflete a perda de valor de mercado das seis empresas da EBX negociadas em Bolsa e a venda de participação na holding para investidores internacionais.
Comparando as cotações das ações em 6 de fevereiro de 2012 e 2013, pode-se constatar que as empresas de Eike sofreram perdas expressivas. A mais forte foi a da OGX (78,5%), a principal delas, devido à frustração do investidor com a produção de petróleo abaixo do esperado.
Problemas no porto do Açu, maior empreendimento do grupo EBX, puxaram para baixo as ações da OSX (construção naval) e LLX (logística), que em um ano perderam 53,3% e 44,4% do valor, respectivamente. A MMX (mineração) teve queda de 62,6% no mesmo período, e a MPX (energia elétrica), de 20,8%.
REESTRUTURAÇÃO
O mau desempenho das empresas desencadeou uma grande reestruturação, com mudanças na presidência de 5 das 6 empresas de capital aberto nos últimos 12 meses, além da trocas de diretores.
A mais recente foi a saída do diretor financeiro da EBX, Otavio Lazcano, homem de confiança de Eike desde o início da formação do grupo que já deixara a presidência da LLX no fim de 2012. A cadeira de diretor financeiro do grupo já havia trocado de titular quatro vezes em um ano.
Para o lugar de Lazcano foi convocado Armando Mariante, atual presidente do Scotiabank Brasil e com larga experiência no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), onde foi, além de vice-presidente, responsável pela abertura da área internacional e pelo fortalecimento das áreas de comércio exterior e indústria.
Mariante foi convidado para a EBX pelo vice-presidente do grupo, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, outra novidade de Eike anunciada no início do ano. Gouvêa, presidente da Firjan (federação das indústrias do Rio), recebeu a tarefa de reestruturar o grupo.
Fonte: FOLHA.COM