O planejamento antecipado das férias é fundamental para que aproveitar preços econômicos nas viagens. No entanto, o sonho se transformou em uma grande dor de cabeça para a família da estudante Taíza Carolina Santos, 28, e todos os aqueles que compraram passagens aéreas promocionais da empresa 123milhas. A companhia cancelou pacotes e não está entregando bilhetes e vouchers de hospedagem adquiridos por consumidores de Cuiabá e de todo o país.
Conforme a universitária, o projeto de ir ao Rio de Janeiro em novembro de 2023 começou no ano passado. “Gastamos R$ 6,1 mil com 18 passagens, mas o voucher oferecido pela companhia não chega nem perto de cobrir o valor atual. Cada bilhete está custando, em média, R$ 2,6 mil, que resultaria em mais de R$ 40 mil”.
A família também terá que lidar com outras questões como a hospedagem, contratada à parte. “Estamos com dois pacotes comprados que, juntos, custaram R$ 10 mil. Neste caso, só nos restaria a remarcação ou a devolução de 70% do valor total”. Taíza afirma que o estorno não é o principal objetivo do grupo. “Entramos com uma ação judicial para exigir o cumprimento do contrato. Reunir um grupo grande para viagem é muito difícil e reorganizar tudo seria praticamente impossível”.
Para o presidente da Associação das Agências de Viagem de Mato Grosso (Abav-MT), Oiram Gutierrez, o episódio prejudica a reputação de todo o segmento. Ele critica a atuação das companhias que usam milhas para oferecer pacotes aéreos. “As passagens, em alguns casos, podem estar até 50% mais baratas em relação às operadoras, mas o consumidor não tem certeza se irá receber. É um modelo no qual o barato pode sair caríssimo”.
Outro lado
Em nota, a 123milhas informou que devolverá os valores pagos pelos clientes em vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI acima da inflação e dos juros de mercado para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes pela empresa.
“Nós entendemos que essa mudança é inesperada e lamentamos o inconveniente que possa causar. Para nós, manter a sua confiança é o mais importante. Por isso, estamos fazendo o possível para minimizar as consequências deste imprevisto”.
