O francês George Bernanos, romancista da vida espiritual, consegue imprimir uma esperança trágica no destino da alma humana, escrevendo o “Diário de um pároco de aldeia” de forma confessional para narrar a vida de jovem padre católico da região francesa de Ambricourt.
Sua narrativa denuncia o cristianismo transformado em rotina num mundo moderno, buscando retratar a morte como simbolismo tendo como alicerce a conformidade e a inconformidade, enfim o paradoxo entre espiritualismo e pragmatismo.
É certo que Bernanos tem fé e paixão enquanto homem, mas é anticonformisma e polemista, iniciando a sua carreira no jornalismo depois da primeira guerra mundial, onde foi um dos grandes líderes espirituais da Resistência Francesa. Esteve no Paraguai e no Brasil, que era um sonho seu de infância, para retornar à França em 1945, onde vem a falecer em 1948.
Bernanos, que tanto meditou sobre a morte, partiu murmurando: “agora a nós dois”. Desde seu falecimento sua vasta obra é constantemente reeditada. E “Diário de um pároco de aldeia” merece a leitura.
Diário de um pároco de aldeia
Geoges Bernanos
Tradução de Edgar de Godoi da Mata-Machado
São Paulo: É Realizaçoes, 2011